"Recebemos, através dos mediadores, algumas ideias da parte dos Estados Unidos para chegar a um acordo de cessar-fogo. Consequentemente, o Hamas acolhe qualquer passo que ajude os esforços feitos para parar a agressão contra o nosso povo e afirma que está disposto a sentar-se imediatamente à mesa das negociações", declarou o movimento num comunicado.
O Hamas reiterou que procura um acordo que ponha fim à guerra, em troca da libertação de todos os reféns israelitas que permanecem sob seu poder, e que garanta a retirada das tropas de Israel do enclave. Também voltou a referir-se à proposta elaborada pelos mediadores (Egito, Catar e Estados Unidos) e que o grupo islamista aceitou no passado dia 18 de agosto, insistindo que o Governo de Benjamin Netanyahu ainda não deu resposta.
"A ocupação não respondeu até à data e continuou com os seus massacres e limpeza étnica. Consequentemente, o movimento está em contacto constante com os mediadores para transformar estas ideias num acordo completo que reconheça as exigências do nosso povo", refere o Hamas.
As negociações entraram num impasse de declarações, em que o Hamas insiste no acordo de agosto e pede uma resposta de Netanyahu, enquanto o governo israelita mantém que Gaza deve ser controlada pelo seu exército e que o Hamas deve ser desmilitarizado.
Entretanto, soube-se hoje que o enviado especial dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, enviou na semana passada uma nova proposta ao Hamas para chegar a um acordo sobre os reféns de Gaza e sobre um cessar-fogo, através de um ativista pela paz israelita, de acordo com uma notícia exclusiva do site de notícias norte-americano Axios.
Momentos depois, o Presidente dos EUA, Donald Trump, lançou um "último aviso" ao Hamas para que aceite um acordo para libertar os reféns: "Os israelitas aceitaram as minhas condições. É hora de o Hamas também as aceitar", escreveu o Presidente na sua rede social 'Truth Social'.
Além disso, uma fonte de segurança egípcia afirmou hoje que o Egito, o Catar e os Estados Unidos estão a preparar uma nova proposta que "será apresentada esta semana" e que inclui a libertação de todos os reféns na posse do Hamas, "o fim da guerra em Gaza e a formação de um governo na Faixa" para administrar o enclave palestiniano no pós-guerra.
Os novos contactos para um acordo integral ocorrem depois de, na sexta-feira, se terem cumprido 700 dias desde o início da ofensiva israelita em Gaza, após os ataques de 07 de outubro de 2023, e entre crescentes protestos em Israel para exigir a libertação dos 48 reféns que permanecem nas mãos do Hamas.
Nestes 700 dias de ofensiva, mais de 64.300 palestinianos foram mortos em Gaza por Israel, de acordo com dados do Ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.
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