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Bulgária celebra segundas legislativas antecipadas em 17 meses

Num clima de persistente crise política, os eleitores da Bulgária são convocados às urnas no domingo nas segundas eleições legislativas antecipadas em 17 meses, com as sondagens a darem vantagem aos conservadores do ex-primeiro-ministro Boiko Borisov.

Bulgária celebra segundas legislativas antecipadas em 17 meses
Notícias ao Minuto

12:10 - 03/10/14 por Lusa

Mundo Domingo

As últimas previsões apontam para a vitória da formação Cidadãos para o desenvolvimento europeu da Bulgária (GREB), a formação conservadora de Borisov, na origem da crise política e social no início de 2013 quando ocupava o poder.

No entanto, este antigo guarda-costas que se demitiu em fevereiro de 2013 na sequência de amplos protestos populares e apenas a quatro meses do fim da legislatura, já exprimiu as suas dúvidas sobre as hipóteses de formar governo.

"De momento não vejo como e com quem vou formar um governo", admitiu na quinta-feira, em declarações à cadeia televisiva bTV, o previsível vencedor do escrutínio.

Na vaga de manifestações, motivadas pelo aumento brutal dos preços da eletricidade e combustíveis, quatro pessoas morreram após terem decidido imolar-se pelo fogo em protesto pelo desespero das muitas famílias que não podiam pagar o aquecimento durante o rigoroso inverno balcânico.

Considerado o país mais pobre da União Europeia (UE), e quase oito anos após a adesão acompanhado pela vizinha Roménia, este país do sul dos Balcãs com 7,2 milhões de habitantes tem-se confrontado com inúmeros escândalos de corrupção e sucessivas crises políticas, que parecem longe de uma solução.

O parlamento, com 240 lugares, deverá permanecer muito fragmentado, com o Partido Socialista (BSP) -- o principal apoio no hemiciclo do cessante Executivo de tecnocratas -- a surgir em segundo lugar nas sondagens com 22,5% das intenções de voto.

Apesar de Borisov ter voltado a vencer as eleições de maio de 2013, os sociais-democratas do BSP e o Movimento para os Direitos e Liberdades (DPS, que representa a importante minoria turca e creditado com 12,1% dos votos) chegaram a acordo para a formação de um governo de "peritos" liderado pelo economista independente Plamen Oresharski.

No entanto, a situação interna não cessou de se agravar. O boicote parlamentar do GERB e o prosseguimento das manifestações de rua mantiveram o país em permanente tensão.

Diversas projeções indicam que cinco partidos poderão ultrapassar a barreira dos quatro por cento para garantir representação parlamentar, mas a grande incógnita relaciona-se com a taxa de participação eleitoral (51,3% em 2013) e num cenário de grande desmotivação entre os eleitores.

Uma recente sondagem da Gallup International refere que 70% dos búlgaros estão pessimistas sobre o futuro de um país onde o salário médio ronda o equivalente a 350 euros e as pensões não ultrapassam os 100 euros mensais.

Em simultâneo, uma grave crise bancária agravou os problemas da frágil economia búlgara e aumentou as dificuldades de numerosas empresas estatais.

Talvez demasiados desafios para um país com uma taxa de desemprego oficial de 11,4% e com um crescimento em 2014 de apenas 1,4%, muito inferior ao previsto pelo governo apenas há alguns meses.

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