Numa mensagem publicada nas redes sociais, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que a Rússia "está a troçar da diplomacia, a atropelar o direito internacional e a matar indiscriminadamente", garantindo que a Europa vai continuar a apoiar a Ucrânia.
"A matança tem de acabar", disse na sua mensagem, na qual adianta que a Europa continuará a "fortalecer as forças armadas ucranianas, criando garantias de segurança duradouras e endurecendo as sanções para aumentar a pressão sobre a Rússia".
Também o presidente do Conselho Europeu condenou "a versão de paz de [do Presidente russo, Vladimir] Putin", que, segundo António Costa, consiste em "falar de paz enquanto os bombardeamentos se intensificam e são atacados edifícios governamentais e casas civis".
"Temos de manter o rumo: reforçar as defesas da Ucrânia e aumentar a pressão sobre a Rússia através de sanções adicionais, em estreita coordenação com os nossos aliados e parceiros", acrescentou.
Last night, Russia launched one of the largest drone and missile strikes on Ukraine, targeting government buildings and civilian homes alike.
— Ursula von der Leyen (@vonderleyen) September 7, 2025
Once again, the Kremlin is mocking diplomacy, trampling international law and killing indiscriminately.
Europe stands, and will continue…
Uma delegação da União Europeia (UE) viajou na sexta-feira para os Estados Unidos para negociar com a administração Trump possíveis novas sanções coordenadas contra a Rússia, referiu António Costa, numa altura em que os europeus já preparam o seu 19.º pacote de sanções contra o Kremlin.
Para o Presidente francês, Emmanuel Macron, a Rússia está "a enraizar cada vez mais a lógica da guerra e do terror" e a "atacar indiscriminadamente, incluindo áreas residenciais e a sede do Governo".
Perante estes ataques sem precedentes, Macron sublinhou, numa mensagem divulgada através das redes sociais, a determinação dos aliados da Ucrânia em continuar a "fazer tudo o que é possível para garantir que prevaleça uma paz justa e duradoura".
Russia has once again rained down hundreds of drones and a dozen missiles on Ukraine overnight, striking indiscriminately — including residential areas and the seat of government.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) September 7, 2025
My thoughts are with the victims, their loved ones, and with Ukraine and the Ukrainian people.…
Liderada pela França, a Coligação de Voluntários - que reúne 35 países, incluindo Portugal, dispostos a apoiar militarmente a Ucrânia e enviar soldados europeus para território ucraniano como parte de um futuro acordo de paz com a Rússia - reuniu-se na quinta-feira passada, em Paris, onde reiterou a garantia de segurança à Ucrânia em caso de cessar-fogo.
Por seu lado, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, classificou os ataques como "cobardes", referindo que só demonstram que Putin "não leva a paz a sério".
"Pela primeira vez, o coração do governo civil da Ucrânia foi atingido. Estes ataques cobardes demonstram que Putin acredita ter escapado impune. Não leva a paz a sério. Agora, mais do que nunca, devemos manter o nosso firme apoio à Ucrânia e à sua soberania", afirmou, num comunicado divulgado por Downing Street.
Reação idêntica teve o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, que instou os EUA e a Europa a forçarem, em conjunto, a Rússia a aceitar imediatamente um cessar-fogo.
"O ataque russo aos edifícios governamentais em Kyiv demonstra, mais uma vez, que adiar ainda mais uma reação firme contra Putin e as tentativas de o apaziguar são inúteis", escreveu numa mensagem publicada nas redes sociais, sublinhando que existem "todas as ferramentas para isso".
The Russian attack on Kyiv’s government buildings shows again that the continued delaying a strong reaction against Putin and the attempts to appease him makes no sense. The US and Europe must together force Russia to accept an immediate ceasefire. We have all the instruments.
— Donald Tusk (@donaldtusk) September 7, 2025
Também a Espanha condenou já a investida russa, "que mais uma vez causou a morte de civis, incluindo crianças, e danificou a sede do Governo em Kyiv", como se lê numa mensagem do ministro dos Negócios Estrangeiros, da União Europeia e da Cooperação, José Manuel Albares.
O ministro espanhol manifestou ainda a "sua solidariedade" para com as famílias, o Governo e o povo ucraniano face ao mais recente ataque russo.
A operação russa foi ainda criticada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros belga, Maxime Prévot, que apelou a uma resposta à escalada do conflito pela Rússia, alegando que "só a pressão e a unidade podem aproximar esta guerra do fim".
A Rússia lançou esta manhã o maior ataque com drones e também mísseis contra a Ucrânia, nomeadamente contra Kyiv, onde atingiu, pela primeira vez, o edifício sede do Governo.
De acordo com os serviços de emergência e as autoridades locais, pelo menos cinco pessoas morreram na sequência deste ataque.
Um dos principais alvos do ataque noturno russo foi Kyiv, mas a Rússia também bombardeou Odessa (sul), Zaporijia (sul), Kremenchuk (centro), Kryvyi Rih (leste) e Dnipropetrovsk (leste).
A primeira-ministra ucraniana, Yulia Sviridenko, instou os governos a "aumentarem a pressão das sanções, especialmente contra o petróleo e o gás russos".
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