O Hezbollah "não renunciará" às suas armas "em nenhuma circunstância nem sob nenhum pretexto", declarou hoje o deputado do Hezbollah, segundo a agência de notícias oficial libanesa ANI, citada pela France-Presse (AFP).
Aqueles que "elaboraram a decisão pecaminosa, precipitada e imprudente" do desarmamento do Hezbollah e que a "aceitaram devem reconsiderá-la e corrigir os seus erros", afirmou Ezzedine durante um evento no sul do Líbano.
"Caso contrário, serão responsáveis pelas consequências que possam advir", alertou.
Sob forte pressão dos Estados Unidos e temendo uma intensificação dos bombardeamentos israelitas no Líbano, o governo de Nawaf Salam ordenou em agosto ao exército que elaborasse um plano para desarmar o Hezbollah até ao final do ano.
Após uma reunião do governo, na sexta-feira, dedicada a esta questão que divide o país, o governo anunciou que o exército libanês iria começar a aplicá-lo, sem dar detalhes nem calendário.
O Ministério das Relações Exteriores da França saudou hoje, em comunicado, o anúncio do governo libanês, qualificando-o de "nova etapa positiva" e apelando a "todos os atores libaneses para que apoiem a implementação pacífica e imediata deste plano".
O Hezbollah, única fação que manteve as suas armas após o fim da guerra civil (1975-1990), opõe-se ao seu desarmamento, acusando as autoridades de fazerem o jogo de Israel e dos Estados Unidos.
Depois de dominar a vida política no Líbano durante muitos anos, a organização política e paramilitar fundamentalista islâmica saiu muito enfraquecida do conflito de mais de um ano contra Israel, incluindo dois meses de guerra aberta entre setembro e novembro de 2024. Parte do arsenal foi destruído e a liderança dizimada.
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