Segundo o ministro do Interior, Mubarak Muntaka, 31 pessoas foram mortas e 13.253 ganenses fugiram para a vizinha Costa do Marfim.
O presidente do conselho regional de Bounkani, na Costa do Marfim, Philippe Hien, afirmou que as pessoas deslocadas chegaram a 17 aldeias perto da fronteira, numa região do país que já acolhe cerca de 30.000 refugiados provenientes do Brurkina Faso.
A Agência Nacional de Gestão de Desastres do Gana anunciou que cerca de 48.000 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, foram forçadas a abandonar as suas casas devido à violência, que teve origem num conflito por terras.
"Há cinco dias que não se registam tiroteios, mortes ou ataques", garantiu o diretor regional da agência, Zakaria Mahama, acrescentando que os deslocados já começaram a regressar às suas casas.
A violência começou a 24 de agosto na aldeia de Gbiniyiri, perto da fronteira com a Costa do Marfim, em torno de um litígio fundiário envolvendo uma dúzia de comunidades locais.
O conflito deu-se após a venda de um terreno por um chefe local a um promotor privado, sem o consentimento da comunidade.
Quando o promotor tentou aceder ao terreno para iniciar as obras, a população local resistiu violentamente, chegando a incendiar o palácio do chefe responsável pela venda.
Segundo Muntaka, mais de 700 militares e polícias foram destacados nos últimos dias e foi decretado um recolher obrigatório.
Um responsável da região, Salisu Bi-Awuribe, declarou que a calma está a regressar gradualmente, com os chefes tradicionais e os anciãos das comunidades a trabalharem com as autoridades para impedir novos confrontos.
As autoridades temem uma escassez de alimentos depois de as famílias terem abandonado as quintas e o gado.
Foi criada uma comissão de inquérito para examinar as causas desta violência e trabalhar para a reconciliação.
Os conflitos intercomunitários relacionados com terras e as disputas relacionadas com as chefias locais são recorrentes no norte do Gana, embora deslocações desta magnitude sejam raras.
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