O presidente francês, Emmanuel Macron, sublinhou, esta quarta-feira, que os líderes europeus estão prontos para alcançar "uma paz robusta e duradoura" na Ucrânia, apelando, para isso, à "sinceridade da Rússia" e ao seu "envolvimento sério" nas negociações.
"Estamos preparados para uma paz robusta e duradoura para a Ucrânia. Agora, precisamos da sinceridade da Rússia e do seu envolvimento sério", disse o chefe de Estado, em conferência de imprensa com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Paris.
O responsável assegurou ainda que os líderes europeus estão prontos para "dar garantias de segurança" à Ucrânia e aos seus cidadãos, uma vez que a segurança da Europa também está em causa.
"A Europa, pela primeira vez, está com este nível de envolvimento e intensidade porque a segurança da Ucrânia e dos ucranianos é, hoje e amanhã, a da Europa também", disse.
Recorde-se que o Palácio do Eliseu anunciou, também esta quarta-feira, que os presidentes francês e ucranianos, assim como outros líderes europeus, juntar-se-ão com o presidente norte-americano, Donald Trump, na quinta-feira, na sequência da cimeira da chamada Coligação dos Dispostos sobre garantias de segurança para Kyiv.
A cimeira está marcada para as 10h30 (09h30 de Lisboa), contando com a presença dos presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, do chefe de Estado finlandês, Alexander Stubb, e dos primeiros-ministros polaco, Donald Tusk, e dinamarquesa, Mette Frederiksen. Outros participarão por videoconferência, como será o caso do primeiro-ministro português, Luís Montenegro.
A reunião será seguida, às 14h00 (13h00 de Lisboa), de uma conversa telefónica com Donald Trump e, depois, de uma conferência de imprensa no palácio presidencial francês, às 15h00 (14h00 de Lisboa).
A Coligação dos Dispostos, copresidida por Macron e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reúne cerca de 30 países, sobretudo europeus, dispostos a fornecer apoio às Forças Armadas ucranianas, ou mesmo a enviar soldados para a Ucrânia assim que se alcance um cessar-fogo com Moscovo, para dissuadir a Rússia de qualquer nova agressão.
A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões - Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia (anexada em 2014), e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).
Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.
Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.
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