O documento, que foi publicado no final de julho pelo Departamento de Energia norte-americano, desafia diversos consensos científicos, particularmente sobre o aumento dos eventos climáticos extremos.
"Este relatório é uma farsa da ciência", criticou Andrew Dessler, professor de ciências atmosféricas na Universidade Texas A&M, em comunicado.
Num documento de mais de 400 páginas publicado hoje, Dessler e mais de 80 outros cientistas dissecam o método e o conteúdo do relatório e rejeitam as suas conclusões.
Através da sua análise, destacam a utilização, pelos autores, de "táticas semelhantes às utilizadas pela indústria tabaqueira" para minimizar os efeitos nocivos do tabagismo para a saúde.
O relatório "baseia-se em ideias há muito rejeitadas, apoiadas por interpretações erradas do conhecimento científico, omissões de factos importantes (...) e viés de confirmação", acusou Dessler, citado pela agência France-Presse (AFP).
Desde que regressou ao poder, Donald Trump, conhecido por ter uma postura cética em relação ao clima, inverteu o rumo na luta contra as alterações climáticas, retirando mais uma vez a principal potência mundial do Acordo Climático de Paris, minando as agências científicas e desfazendo inúmeras medidas ambientais.
No final de julho, o seu Governo abriu caminho à reversão de uma decisão fundamental que regulava as emissões de gases com efeito de estufa nos Estados Unidos, historicamente o maior emissor mundial de CO2.
Para justificar a medida, o Departamento de Energia dos EUA divulgou este relatório muito criticado e anunciou que vai reavaliar estudos científicos importantes sobre as alterações climáticas.
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