Os últimos relatos estimavam o número destas detenções em "pelo menos 11" funcionários da ONU, juntando-se a outros 23 colegas que trabalham para várias agências e iniciativas da organização internacional e que estão detidos desde 2021.
"O secretário-geral [António Guterres] reitera energicamente a sua exigência de libertação imediata e incondicional de todos os detidos, incluindo o resto do pessoal das Nações Unidas (...). O nosso pessoal e o dos nossos parceiros nunca devem ser alvo de perseguição", sublinhou hoje Stéphane Dujarric, porta-voz de Guterres, na sua conferência de imprensa diária.
Guterres condenou há dois dias essas "intoleráveis detenções", bem como a invasão pela força das instalações do Programa Alimentar Mundial (PAM), a pilhagem de bens da ONU e as tentativas de entrar noutras instalações da ONU em Sana.
Num documento divulgado no domingo pelo enviado especial da ONU para o Iémen, Hans Grundberg, este explicou que as detenções foram realizadas pelo Ansar Allah (nome oficial dos Huthis) e acrescentou que continuam a trabalhar para garantir a libertação "segura e imediata" de todos os funcionários arbitrariamente detidos.
Grundberg concluiu hoje uma série de reuniões em Mascate, Omã, com representantes políticos omanis, uma delegação negocial do Ansar Allah e membros diplomáticos da comunidade internacional para sublinhar que estas detenções "colocam em risco a capacidade da ONU de fornecer a ajuda humanitária de que o Iémen necessita", segundo Dujarric.
O enviado especial no Iémen tinha também anteriormente emitido um apelo para que o país não se transformasse num campo de batalha e para que cessassem os ataques, depois dos atos israelitas da passada quinta-feira, que mataram altos responsáveis do Governo Huthi.
O grupo rebelde sediado em Sana informou no sábado que o seu primeiro-ministro, Ahmed al-Rahawi, foi morto num ataque aéreo israelita na quinta-feira, juntamente com outros membros do seu executivo.
Israel e os Huthis, estes últimos apoiados pelo Irão, têm mantido ataques cruzados apesar do cessar-fogo entre o grupo rebelde e os Estados Unidos, o principal aliado de Israel, que entrou em vigor em maio deste ano.
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