Bryan Kohberger foi condenado há cerca de um mês a quatro penas de prisão perpétua, não tendo possibilidade de liberdade condicional após ser condenado pelo homicídio dos quatro estudantes da Universidade de Idaho. Desde então, têm sido divulgados novos detalhes acerca do caso, assim como sobre o próprio.
A polícia do Estado de Idaho revelou 699 fotografias de evidências, sendo que muitas delas foram tiradas no interior do apartamento onde Kohberger residia enquanto fazia uma prós-graduação na Universidade Estadual de Washington (WSU, sigla em inglês).
Segundo o Dailymail, as imagens mostram prateleiras vazias, armários despidos com vários cabides pendurados no quarto. Não há fotos ou cartazes nas paredes.
No entanto, havia sinais no apartamento de que Kohberger morava lá, uma vez que existiam vários livros de pós-graduação e ainda dois cartões de aniversário que a polícia considerou misteriosos.
Estes cartões foram recebidos duas semanas depois de Bryan ter assassinado Madison Mogen, Kaylee Goncalves, Xana Kernodle e Ethan Chapin, em Idaho.
Note-se que oito dias depois do crime - que foi cometido no dia 13 de novembro de 2022 -, o agora condenado comemorou 28 anos de idade.
Um dos cartões de aniversário visto nas fotografias deverá ser dos seus pais MaryAnn e Michael Kohberger. A mensagem refere a mudança do filho do estado da Pensilvânia (de onde é natural) para Washington naquele verão.
"Um filho deixa a sua casa, mas nunca deixa o nosso coração. Ele descobre a sua própria felicidade que, por sua vez, se torna a nossa", lê-se.
Já o segundo cartão tem um desenho do presidente Theodore Roosevelt em cima de um dinossauro. "Fala baixo e carrega no botão. Se conseguires montar o dinossauro, faz isso".
Quem escreveu aquela carta deixou ainda duas notas e referências, desenhando duas setas azuis - uma a apontar para o presidente e outra para o dinossauro - e as seguintes palavras: "Os teus dois egos".
"És um dino + professor LMAO [gíria que significa risos]", dizia ainda o cartão.
São ainda vistos dois envelopes onde é possível ler "Feliz Aniversário, Bryan". Não fica claro quem será o remetente do segundo cartão.
No entanto, tendo em conta os registos do telemóvel de Kohberger, ele não teria amigos. Note-se que os aparelhos eletrónicos foram investigados antes do julgamento.
De acordo com a investigação, Bryan Kohberger passava horas ao telemóvel com os pais, nomeadamente com a mãe, não havendo quaisquer chamadas ou mensagens para outros números.
ISP has released another batch of photos (699). The majority focus on Kohberger’s apartment, as well as his office. #idaho4 #kohbergerhttps://t.co/rrtYdPdnEy pic.twitter.com/SeyhcJYwpl
— MassGuy (@RealMassguy) August 29, 2025
As fotografias divulgados também mostram vários livros da pós-graduação em Justiça Criminal, havendo ainda várias páginas de ensaios e trabalhos de Kohberger.
Há ainda um pormenor que levantou curiosidade, uma vez que, na casa de banho, o chuveiro não tinha nenhuma cortina. No dia dos homicídios, Bryan tirou uma fotografia naquele cômodo, em frente ao chuveiro, com uma camisa branca e com um polegar levantado para a câmara e, no fundo, aparece uma cortina branca.
No entanto, no dia em que as fotografias foram tiradas essa cortina já não estava lá.
Já as fotografias do quarto mostram a cama feita e na cozinha havia restos de comida dentro do frigorífico. Foram também fotografadas várias multas de estacionamento, alguns panfletos de eleições e objetos que foram considerados provas, como por exemplo uma luva.
Numa das almofadas é também possível ver uma mancha de cor avermelhada que as autoridades acreditaram ser sangue.
Kohberger foi descrito como sexista e assustador por ex-colegas e professores
Uma professora da Universidade do Estado de Washington terá alertado os seus colegas sobre a possibilidade de Bryan Kohberger - o homem que matou quatro estudantes em Idaho - poder perseguir e abusar sexualmente de alunos caso se tornasse professor, tendo em conta o seu comportamento.
Conta o New York Post, que cita relatórios da polícia divulgados recentemente, que esta afirmação foi feita dias antes de Kohberger ter assassinado quatro estudantes da Universidade de Idaho.
De recordar que Kaylee Gonçalves e Madison Mogen, de 21 anos, e Xana Kernodle e Ethan Chapin, de 20 anos, foram assassinados a 13 de novembro de 2022, numa propriedade fora do campus da Universidade do Idaho, na cidade de Moscow, onde estudavam.
Bryan Kohberger foi sentenciado a quatro penas de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, a 23 de julho deste ano.
Leia Também: Idaho. Imagens de 'bodycam' mostram chegada da polícia ao local do crime