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Hamas denuncia "destruição sistemática" dos bairros da cidade de Gaza

O grupo islamita palestiniano Hamas denunciou hoje a "destruição sistemática" que está a ser levada a cabo pelo Exército israelita nos bairros da cidade de Gaza, através de "intensos ataques aéreos" e explosões em zonas residenciais.

Hamas denuncia "destruição sistemática" dos bairros da cidade de Gaza

© REUTERS/Ramadan Abed

Lusa
02/09/2025 18:16 ‧ há 9 horas por Lusa

O Exército israelita iniciou há semanas a operação de ocupação da capital da Faixa de Gaza, cumprindo a decisão do Governo de Benjamin Netanyahu, de tomar a cidade e expulsar quase um milhão de civis palestinianos, já sujeitos a várias deslocações forçadas ao longo de quase dois anos de guerra de Israel no enclave palestiniano.

 

Segundo um comunicado do Hamas, que desde 2007 governa a Faixa de Gaza, Israel está a atacar pelo ar e também com robôs que detonam toneladas de explosivos em zonas residenciais, o que classificou como "uma violação sem precedentes do direito internacional e humanitário".

Hoje, de acordo com o Hamas, Israel matou mais de dez civis da família Al-Aff na cidade de Gaza, a maioria dos quais mulheres e crianças, e fez outros 11 mortos, sete deles crianças, vítimas de um 'drone' (aeronave não-tripulada) enquanto se abasteciam de água na área costeira de Al-Mawasi, no sul da capital.

Esta zona de Al-Mawasi é a única classificada pelo Exército israelita como "segura", e o seu porta-voz árabe, Avichay Adraee, pediu hoje aos habitantes de Gaza que para ali se dirigissem, perante "o alastramento dos combates à cidade de Gaza".

"Para sua segurança, alertamos que aproximar-se ou regressar a zonas de combate ou a áreas onde estão a operar efetivos das Forças Armadas de Israel o expõe a perigo", declarou o porta-voz numa mensagem publicada na rede social X.

Pelo menos 75% da Faixa de Gaza está ocupada pelo Exército israelita, lentamente a avançar em direção à cidade de Gaza pelo leste, norte e sul, por onde já entrou no bairro de Zeitun que, segundo a Defesa Civil de Gaza, está praticamente destruído.

Sob a pressão militar israelita, centenas de famílias abandonaram as casas e refugiaram-se na área costeira da cidade de Gaza, que, a partir desta semana, Israel já não considera estar entre as zonas beneficiadas por pausas humanitárias de algumas horas por dia para permitir a entrada de camiões com ajuda humanitária.

Israel declarou a 07 de outubro de 2023 uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas após este ter realizado em território israelita um ataque sem precedentes, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 251.

A guerra fez, até agora, 63.633 mortos, na maioria civis, e pelo menos 160.914 feridos, além de milhares de desaparecidos, presumivelmente soterrados nos escombros, e mais alguns milhares que morreram de doenças, infeções e fome, de acordo com números atualizados das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

Prosseguem também diariamente as mortes por fome, causadas pelo bloqueio de ajuda humanitária durante mais de dois meses, seguido da proibição israelita de entrada no território de agências humanitárias da ONU e organizações não-governamentais (ONG).

Alguns mantimentos estão desde então a entrar a conta-gotas e a ser distribuídos em pontos considerados "seguros" pelo Exército, que regularmente abre fogo sobre civis palestinianos famintos, tendo até agora matado 2.306 e ferido pelo menos 16.929.

Há muito que a ONU declarou o território em grave crise humanitária, com mais de 2,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" e "o mais elevado número de vítimas alguma vez registado" pela organização em estudos sobre segurança alimentar no mundo, mas a 22 de agosto emitiu uma declaração oficial do estado de fome na cidade de Gaza e arredores.

Já no final de 2024, uma comissão especial da ONU acusara Israel de genocídio em Gaza e de estar a usar a fome como arma de guerra, situação também denunciada por países como a África do Sul junto do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), e uma classificação igualmente utilizada por organizações internacionais e israelitas de defesa dos direitos humanos.

Leia Também: Netanyahu dirige-se às tropas israelitas antes de "etapa decisiva"

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