"Com a mais recente tecnologia russa em matéria de mísseis, por exemplo, a diferença atual entre a Lituânia, na linha da frente [da Aliança Atlântica], e o Luxemburgo, Haia ou Madrid é de entre cinco e 10 minutos. É esse o tempo que este míssil demora a chegar a estas zonas da Europa", declarou Mark Rutte numa conferência de imprensa no Luxemburgo.
O secretário-geral aliado, que se reuniu com o primeiro-ministro luxemburguês, Luc Frieden, e a ministra da Defesa, Yuriko Backes, advertiu de que, para "manter a força" da NATO é fundamental gastar mais em Defesa, razão pela qual os líderes aliados acordaram este verão, na cimeira em Haia, aumentar o investimento militar para 5% do produto interno bruto (PIB).
"Estamos a fazer isto porque a ameaça russa está a aumentar de dia para dia. Não sejamos ingénuos. Isto também poderá um dia afetar o Luxemburgo, o meu país, os Países Baixos... Estamos todos seguros agora, pensamos que estamos longe da Rússia, mas estamos muito perto", argumentou.
"Estamos todos sob ameaça direta dos russos; estamos todos no flanco leste. Agora, quer se viva em Londres ou em Tallinn, já não faz diferença", garantiu.
Afirmou também que os Estados Unidos estão "absolutamente comprometidos" com a NATO e sublinhou que a ameaça russa é uma ameaça "a longo prazo para toda a Aliança Atlântica".
"Sabemos que a Rússia é uma ameaça a longo prazo para a Aliança. Neste momento, está a ocorrer um enorme aumento das Forças Armadas e do Exército russos, não só para organizar paradas em Moscovo, mas para os utilizar", comentou Rutte.
"E estão a usá-los, neste momento, na Ucrânia, e poderão usá-los noutros lugares. Por isso, é fundamental que a nossa dissuasão seja tal que nunca tentem atacar a NATO", prosseguiu.
Frieden, por sua vez, anunciou que o Luxemburgo vai participar no próximo grupo de países que reunirá um investimento de 500 milhões de dólares (428,6 milhões de euros) em armamento norte-americano para enviar para a Ucrânia, no âmbito da chamada iniciativa PURL (Lista de Pedidos Prioritários da Ucrânia).
Financiada por aliados europeus e pelo Canadá, esta nova iniciativa consiste em pacotes periódicos, cada um no valor aproximado de 500 milhões de dólares (428,6 milhões de euros), contendo equipamento e munições identificados pela Ucrânia como prioridades operacionais.
Entre eles, incluem-se meios que os Estados Unidos podem fornecer em maiores quantidades que a Europa e o Canadá por si sós.
Rutte felicitou de novo o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por "estar realmente a assumir a liderança, no que respeita a qualquer esforço na Ucrânia em favor da paz".
"O Presidente Trump fez do fim desta guerra brutal uma prioridade máxima. Desde fevereiro, quebrou o impasse com [o Presidente russo, Vladimir] Putin e manteve conversas telefónicas com ele", lembrou, acrescentando que, além disso, "há algumas semanas, comprometeu-se com a participação dos Estados Unidos nas garantias de segurança à Ucrânia".
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