"Ontem [segunda-feira] reativámos a equipa técnica de resposta rápida à introdução do Mpox. Hoje já temos um plano atualizado para que rapidamente se tomem os cuidados necessários, quer nas fronteiras, quer nos hospitais e delegacias de saúde, para identificar possíveis casos", afirmou o ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, numa conferência de imprensa na cidade da Praia.
O plano, elaborado há um ano e agora atualizado com base em recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), define a resposta nacional para uma eventual introdução da doença.
"Foi identificado no Senegal, aqui ao lado, e sabendo que hoje a população circula muito rapidamente, há uma elevada possibilidade de o vírus também chegar a Cabo Verde", referiu o governante.
Entre as medidas estão o reforço da vigilância nas fronteiras marítimas e aéreas, a atualização da formação de médicos, enfermeiros e técnicos de saúde em municípios com aeroportos internacionais e a preparação para eventual vacinação, de acordo com critérios da OMS.
"A ideia é manter o sistema ativo para reagir com rapidez, programar a resposta e limitar a propagação. No ano passado, não houve casos, agora vamos reforçar a reciclagem formativa. Os técnicos já têm conhecimento, mas trata-se de refrescar a memória sobre aspetos essenciais, já que a doença nunca foi registada em Cabo Verde", acrescentou Jorge Figueiredo.
A equipa de resposta rápida inclui profissionais de saúde pública, vigilância epidemiológica, clínicos, investigadores e comunicadores de risco, com funções como: deteção e monitorização de casos suspeitos, investigação de surtos, notificação imediata às autoridades de saúde, isolamento e controlo de infeção, rastreamento de contactos e informação à comunidade sobre sintomas, modos de transmissão e medidas de prevenção.
O Senegal anunciou em 23 de agosto, medidas para prevenir a propagação do vírus, após confirmar um caso em Dacar, em meio à disseminação da doença na África Ocidental.
Outros países da região, como Libéria, Guiné e Gana, também registaram infeções, algumas mortais.
A OMS manteve em junho o alerta internacional para a epidemia, que afeta sobretudo a África, pedindo apoio internacional contínuo.
Desde o início de 2024, mais de 37.000 casos confirmados de Mpox foram reportados por 25 países, incluindo 125 mortes, segundo a organização.
O Mpox é uma doença infecciosa que pode causar erupções cutâneas dolorosas, inchaço dos gânglios linfáticos, febre, dores musculares e falta de energia. O primeiro caso humano foi identificado em 1970, na República Democrática do Congo.
Portugal registou casos do clade II, variante da África Ocidental, a partir de 2022, associados sobretudo a redes de contacto social entre homens homossexuais, o que permitiu "conter a propagação à população em geral", segundo dados oficiais.
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