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Israel mobiliza reservistas para ocupar cidade de Gaza

O exército de Israel começou hoje a mobilizar dezenas de milhares de reservistas no âmbito do plano de ocupação da cidade de Gaza aprovado pelo Governo de Benjamin Netanyahu, noticiaram os meios de comunicação israelitas.

Israel mobiliza reservistas para ocupar cidade de Gaza

© Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images

Lusa
02/09/2025 11:58 ‧ há 16 horas por Lusa

A maioria dos reservistas já esteve em Gaza nos últimos meses e agora é obrigada a servir mais três meses, com a possibilidade de um prolongamento em função das necessidades, de acordo com a imprensa israelita.

 

O jornal Haaretz referiu que foram convocados 60.000 reservistas numa primeira fase, enquanto outros meios de comunicação, como o Ynet, falam de 40.000, referiu a agência de notícias EFE.

No total, de acordo com o Ynet, serão necessários entre 110.000 e 130.000 reservistas para completar a operação, que implica deslocar um milhão de habitantes de Gaza depois de quase dois anos de guerra.

Questionado pela EFE, o exército israelita disse que estava a rever os dados.

O início da mobilização ocorre numa altura em que as forças israelitas avançam no norte e no centro do enclave, atacando partes de Zeitun e Shijaiyah, dois bairros a oeste da cidade de Gaza.

Zeitun, outrora o maior bairro da cidade de Gaza, com mercados, escolas e clínicas, foi transformado no último mês, apresentando agora ruas vazias e edifícios reduzidos a escombros.

Tornou-se numa "zona de combate perigosa", como as forças de Israel lhe chamaram na semana passada, disse a agência de notícias Associated Press (AP).

A cidade de Gaza é o bastião político e militar do Hamas e, de acordo com Israel, ainda abriga uma vasta rede de túneis, apesar das múltiplas incursões ao longo dos 23 meses da ofensiva israelita.

É também um dos últimos refúgios no norte, onde centenas de milhares de civis estão abrigados, enfrentando a dupla ameaça de combates e fome.

O Haaretz noticiou que nem todos os reservistas agora mobilizados vão para a Faixa de Gaza, dado que alguns serão enviados para bases militares na Cisjordânia ocupada e no norte de Israel.

Alguns reservistas convocaram um protesto para hoje em Telavive por rejeitarem os planos de ocupação do executivo israelita.

Durante a reunião do gabinete de segurança realizada no domingo, voltaram a surgir divergências os militares, incluindo o chefe do exército, Eyal Zamir, e Netanyahu, com o primeiro-ministro a manter a recusa em retomar a via diplomática para recuperar os reféns.

Nethanyahu, noticiou hoje a rádio pública KAN, garantiu na reunião que contava com o apoio do Presidente norte-americano, Donald Trump, para avançar com o plano de conquista da cidade de Gaza.

Trump admitiu nas últimas horas que a situação em Gaza era terrível e que as pessoas estavam "com muita fome", depois de ser questionado sobre se Israel estava a cometer um genocídio no enclave palestiniano.

A ONU declarou oficialmente em agosto uma situação de fome na província de Gaza, no norte do território controlado pelo grupo extremista Hamas desde 2007, o que acontece pela primeira vez não Médio Oriente.

Israel enfrenta acusações de genocídio e de usar a fome como arma de guerra, que nega.

O Tribunal Penal Internacional emitiu em novembro de 2024 um mandado de detenção em nome de Netanyahu por suspeita de crimes de guerra, por uso da fome como arma, e crimes contra a humanidade.

O Ministério da Saúde de Gaza informou hoje que 185 pessoas morreram de desnutrição em agosto, o número mais alto em meses, segundo a AP.

A guerra em curso foi desencadeada por um ataque do Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou 1.200 mortos, na maioria civis, e 251 reféns.

Quarenta e oito reféns ainda estão em Gaza, cerca de 20 deles considerados vivos por Israel, depois de a maioria ter sido libertada em troca de prisioneiros palestinianos.

A ofensiva israelita matou 63.557 palestinianos, de acordo com o ministério do Hamas, que não diferencia civis e combatentes na contagem, mas afirma que mulheres e crianças representam cerca de metade dos mortos.

Leia Também: Ataques israelitas matam 31 pessoas na Faixa de Gaza

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