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SCO tem plano de dez anos para promover mundo multipolar, diz Wang Yi

A Organização de Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês) aprovou uma estratégia de desenvolvimento para a próxima década, com o objetivo de promover um mundo multipolar, anunciou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.

SCO tem plano de dez anos para promover mundo multipolar, diz Wang Yi

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Lusa
02/09/2025 07:45 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Wang Yi

A estratégia surge numa altura em que o bloco regional reconheceu, numa declaração conjunta, que o agravamento das tensões geopolíticas representa uma ameaça crescente à segurança dos seus membros.

 

Em declarações após a 25ª cimeira da SCO, que decorreu em Tianjin, no nordeste da China, Wang afirmou que a estratégia de desenvolvimento até 2035 "define o tom e uma direção clara para a próxima década", considerando-a um dos principais resultados do encontro.

A cimeira teve como pano de fundo o aumento das fricções entre alguns dos principais membros da SCO e os Estados Unidos, nomeadamente devido a sanções e tarifas comerciais aplicadas pela administração de Donald Trump.

Wang classificou a reunião como a "mais frutífera" até à data, sublinhando que os participantes emitiram uma mensagem unificada contra ações unilaterais, numa referência implícita a Washington.

"A cimeira defendeu firmemente um mecanismo de comércio multilateral centrado na Organização Mundial do Comércio, rejeitou medidas unilaterais que violem as regras da organização e enviou uma mensagem clara em apoio à equidade, contra a intimidação", afirmou o chefe da diplomacia chinesa.

Wang anunciou também a criação de quatro novos centros de segurança no âmbito da SCO, com foco no combate a ameaças à segurança regional, crime organizado transnacional, tráfico de droga e segurança da informação.

O Presidente chinês, Xi Jinping, reafirmou na segunda-feira a visão de uma nova ordem mundial que desafie o domínio ocidental, apelando à construção de um sistema internacional mais justo e multipolar.

"A SCO deve opor-se em conjunto à mentalidade de Guerra Fria, ao confronto entre blocos e a comportamentos de intimidação", afirmou Xi, no discurso principal da cimeira, numa referência indireta aos Estados Unidos.

O líder chinês defendeu uma reforma na governação global com maior representação para o Sul Global e apelou à aplicação "igual e uniforme" do direito internacional, sem padrões duplos nem a hegemonia de poucos.

Xi anunciou ainda um conjunto de medidas concretas para enfrentar os desafios ao desenvolvimento, numa altura em que a guerra comercial com os EUA levanta receios de estagnação económica global.

Entre as iniciativas estão 100 "projetos pequenos e exemplares" de apoio ao bem-estar em países da SCO, mais de dois mil milhões de yuan (cerca de 240 milhões de euros) em ajuda não reembolsável e dez mil milhões de yuan (1,1 mil milhões de euros) adicionais em empréstimos ao Consórcio Interbancário da SCO, nos próximos três anos.

Xi revelou também planos para acelerar a criação de um banco de desenvolvimento da SCO, com o objetivo de reforçar a cooperação em matéria de segurança e economia entre os Estados membros.

"Devemos ampliar a base da cooperação e utilizar plenamente os recursos de cada país, assumindo a responsabilidade pela paz, estabilidade, desenvolvimento e prosperidade na região", disse.

Antes da sessão fotográfica oficial, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Índia, Narendra Modi, foram vistos a caminhar de mãos dadas na direção de Xi Jinping, com quem mantiveram uma breve conversa, acompanhados por intérpretes. De acordo com o próprio Modi, os dois líderes viajaram juntos no mesmo carro para a sua reunião bilateral.

Criada em 2001 como uma aliança de segurança euro-asiática entre a China, a Rússia e quatro países da Ásia Central, a SCO alargou-se a áreas como cooperação económica e comercial.

Segundo Pequim, a organização reúne atualmente 26 países da Ásia, Europa e África, entre membros plenos, observadores e parceiros de diálogo. Myanmar (antiga Birmânia) e Turquia estão entre os países que pretendem adesão plena.

Apesar da crescente influência, o grupo continua afetado por disputas internas -- como entre Índia e Paquistão, ou entre Tajiquistão e Quirguistão -- que comprometem a sua eficácia global.

Leia Também: Kim Jong-un vai assistir a desfile militar com Xi e Putin

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