"Após buscas e verificações, 20 pessoas desaparecidas continuam desaparecidas", afirmou a Comissão para as Pessoas Desaparecidas e Vítimas de Violência (KontraS), em comunicado.
Os protestos começaram a 25 de agosto em Jacarta, quando foi anunciado um aumento salarial para os deputados da Indonésia, num contexto de graves dificuldades económicas para grande parte da população.
As manifestações intensificaram-se após a morte de um mototaxista na capital, na quinta-feira, atropelado por um carro da polícia, e até ao momento fizeram seis mortos.
A KontraS afirmou que as 20 pessoas desapareceram em Jacarta e nas cidades de Bandung, e Depok, esta última situada junto da capital, bem como num "local desconhecido".
Milhares de pessoas voltaram a protestar na segunda-feira em várias cidades indonésias, e o exército foi mobilizado nas ruas de Jacarta. São esperados mais protestos ao longo do dia de hoje em todo o país.
Na segunda-feira, o Gabinete de Direitos Humanos da ONU pediu às autoridades indonésias que garantam o direito à reunião pacífica e à liberdade de informação e expressão nos protestos antigovernamentais no país, onde pelo menos 1.240 pessoas foram detidas.
"Enfatizamos a importância do diálogo para abordar as preocupações dos cidadãos", disse a porta-voz do gabinete, Ravina Shamdasani, num comunicado, sublinhando que as autoridades devem garantir a manutenção da ordem "de acordo com as normas e padrões internacionais".
"Todas as forças de segurança, incluindo o Exército quando mobilizado para fins de aplicação da lei, devem cumprir os princípios básicos sobre o uso da força e de armas de fogo", indicou a porta-voz.
Shamdasani também pediu uma investigação sobre alegadas violações do direito internacional devido ao uso excessivo da força durante os protestos.
Meenakshi Ganguly, diretora adjunta para a Ásia da organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, disse hoje que "as autoridades indonésias agiram de forma irresponsável ao tratar os protestos como atos de traição ou terrorismo, especialmente tendo em conta o longo historial das forças de segurança de uso excessivo e desnecessário de força contra os manifestantes".
"As forças de segurança devem responder à violência dos protestos de acordo com as normas das Nações Unidas, que restringem o uso da força ao mínimo necessário", defendeu a dirigente.
Além de abordar as questões económicas mais amplas, as autoridades precisam de investigar imparcialmente e punir adequadamente todos os responsáveis pela violência", acrescentou Ganguly.
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