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Alemanha já recebeu os cerca de 50 afegãos que prometeu acolher

Cerca de cinquenta afegãos que fugiram dos talibãs chegaram hoje à Alemanha, após meses de espera no Paquistão e decisões judiciais alemãs que obrigaram o Governo, que manifestou relutância, a acolhê-los.

Alemanha já recebeu os cerca de 50 afegãos que prometeu acolher

© Moritz Frankenberg/picture alliance via Getty Images

Lusa
01/09/2025 23:35 ‧ há 23 horas por Lusa

O avião de Istambul com estas dez famílias aterrou por volta das 14h00 (13h00 em Lisboa) em Hanôver, no norte da Alemanha, confirmou a agência France-Presse (AFP) no aeroporto.

 

Também a organização não governamental (ONG) "Kabul Luftbrücke" (Ponte Aérea de Cabul) adiantou esta informação à AFP, bem como o Ministério do Interior alemão, que confirmou a chegada de "45 cidadãos afegãos".

A ONG tinha inicialmente reportado um total de 47, mas outras duas pessoas, segundo a organização, perderam o voo de ligação em Istambul.

Os recém-chegados "são sobretudo mulheres e crianças", frisou Eva Beyer, porta-voz da "Kabul Luftbrücke".

"É muito bom e agradável que as meninas possam ir à escola", vincou uma mãe, que quer "trabalhar, estudar, integrar-se na sociedade e aprender a língua".

A sua filha de 20 anos disse que agora quer "alcançar os objetivos" que estabeleceu para si própria, incluindo estudar e arranjar um emprego.

As jovens afegãs têm sido privadas de educação desde que os talibãs regressaram ao poder no verão de 2021.

A chegada de um grupo de afegãos que foge ao regresso dos talibãs ao poder em 2021 é a primeira vez que ocorre desde que o governo do chanceler Friedrich Merz assumiu o poder no início de maio.

Em pleno endurecimento da política de imigração, particularmente em resposta à ascensão do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), a coligação governamental de conservadores e sociais-democratas decidiu encerrar estes programas de acolhimento "sempre que possível".

Mas os tribunais alemães ordenaram às autoridades que aceitassem os cerca de cinquenta afegãos, determinando que o anterior compromisso de Berlim era juridicamente vinculativo.

"Trata-se exclusivamente de pessoas que obtiveram vistos através de processos judiciais" e "concluíram o procedimento de admissão e as verificações de segurança", enfatizou o Ministério do Interior.

Face à situação cada vez mais precária dos refugiados afegãos no Paquistão, que iniciou uma campanha de deportação em massa em abril, a Alemanha anunciou na semana passada que iria finalmente aceitar alguns afegãos no seu território.

Eva Beyer disse à AFP que os recém-chegados "esperaram cerca de três anos" antes de serem aceites pela Alemanha e que estavam numa lista prioritária, destinada a proteger, em particular, os antigos colaboradores afegãos do Exército e de outras instituições alemãs.

Mais de 2.100 afegãos que receberam asilo das autoridades alemãs ainda estão retidos no Paquistão.

Cerca de 200 outros foram recentemente expulsos de volta ao seu país de origem pelo Paquistão, mas Berlim está a "trabalhar no seu regresso", garantiu um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros durante uma conferência de imprensa.

Segundo a diplomacia alemã e Eva Beyer, cerca de 85 afegãos iniciaram processos judiciais para reivindicar o seu direito a serem aceites na Alemanha com as suas famílias.

Leia Também: Alemanha recebe dois representantes talibãs para preparar deportações

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