Os manifestantes, liderados pelos estudantes que lideraram a marcha noturna, exigem justiça e uma investigação transparente sobre o desabamento da cobertura da estação ferroviária, que tinha acabado de ser renovada por um consórcio de empresas chinesas, húngaras e francesas.
A marcha foi o primeiro grande protesto em Belgrado, após a violência que marcou vários protestos em agosto, sendo que desde do desabamento do telhado da estação ferroviária de Novi Sad, a 1 de novembro de 2024, a Sérvia tem sido abalada por um dos maiores movimentos de protesto da sua história.
Até ao momento, foram abertas duas investigações, uma sobre as circunstâncias do acidente e a outra sobre o aspeto da corrupção no caso.
No âmbito da investigação sobre a corrupção, a Procuradoria de Crime Organizado de Belgrado deteve várias pessoas no início de agosto, incluindo um ex-ministro, suspeito de facilitar um "ganho ilegal" de mais de 18 milhões de euros para duas empresas chinesas responsáveis pela renovação da estação.
Os manifestantes têm também apelado, desde maio a eleições antecipadas, sendo que o presidente Aleksandar Vucic (direita nacionalista), reeleito em 2022 para um mandato de cinco anos, tem recusado.
O presidente tem denunciado ainda regularmente uma conspiração estrangeira para o derrubar.
O estudante de 18 anos Lazare disse à Agence France-Press (AFP) que após dez meses nada mudou e que espera que a justiça seja feita.
"As manifestações, em grande parte pacíficas, foram marcadas por incidentes violentos em várias noites consecutivas em agosto, quando grupos de apoiantes do governo, muitas vezes mascarados, atacaram manifestantes. Desde então, ambos os lados culpam-se mutuamente pelos incidentes", indicou o jovem.
Desde o acidente que matou 16 pessoas, incluindo crianças, foram organizados mais de 23.000 protestos ou bloqueios, desde pequenas manifestações a protestos maciços na capital da Sérvia, Belgrado, que reuniram centenas de milhares de pessoas, de acordo com as autoridades sérvias.
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