"Durante os próximos quatro dias, vou reunir-me bilateralmente com os Presidentes da China, da Rússia e da Ucrânia, bem como com outros líderes", indicou o chefe do Governo eslovaco na sua conta da rede social Facebook.
Fico assistirá à parada militar em Pequim, na próxima quarta-feira, para celebrar o fim da Segunda Guerra Mundial na Ásia, regressará à Europa na quinta-feira e encontrar-se-á com Zelensky na sexta-feira.
O líder eslovaco manifestou surpresa pela ausência de outros líderes europeus em Pequim.
"Não compreendo porque é que apenas a República Eslovaca estará presente, de entre os Estados-membros da União Europeia (UE). Está a ser criada uma nova ordem mundial, os novos pilares de um mundo multipolar, um novo equilíbrio de poder, tão importante para a estabilidade internacional", sustentou.
Por isso, defendeu a necessidade de "participar nos debates e apoiar o diálogo" em vez de "armar-se em ofendido, como as crianças pequenas".
"É assim que a União Europeia e os seus representantes estão atualmente a comportar-se", criticou.
Por outro lado, manifestou disponibilidade para se reunir com "líderes mundiais" na China, onde estarão "chefes de Estado que representam milhares de milhões de pessoas".
"Haverá chefes de Estado com as suas próprias opiniões, que devem ser ouvidas e respeitadas", argumentou.
Fico aproveitou também a oportunidade para atacar a oposição eslovaca.
"A oposição acusa-me de evitar o debate sobre a consolidação das finanças públicas com a minha visita à China, depois de as receber nas piores condições de toda a UE. Não sei se ria ou se chore", comentou.
"O facto é que os gritos da oposição não vão deter-me", afiançou.
Trinta deputados e eurodeputados da oposição assinaram uma carta dirigida a Fico, solicitando-lhe que aproveite a oportunidade para promover a paz e defender os direitos humanos. Pediram-lhe também que use a sua influência junto da Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia, "respeitando a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".
Em particular, instaram Fico a apelar à China para que se limite a usar meios pacíficos no conflito com Taiwan e respeite os direitos humanos em Hong Kong.
"Como país democrático com experiência com o totalitarismo, não devemos ignorar as violações dos direitos humanos, ocorram onde ocorrerem", defenderam.
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