"Há ainda muito lodo no mar (...). Os trabalhos vão ser interrompidos por cerca de dois dias, esperando que as condições do mar melhorem", afirmou a comandante regional do Serviço Nacional da Proteção Civil e porta-voz do gabinete de crise, Vitória Veríssimo.
A responsável acrescentou que a equipa de mergulhadores da Guarda Costeira e dos Estados Unidos pensa ter identificado um corpo, este fim de semana, na baía do Porto Grande - através de uma sonda e outros equipamentos hidrográficos -, que pode ser de uma pessoa ou de um animal, o que só pode ser confirmado quando o mar estiver mais limpo.
Vários objetos foram também assinalados na baía, incluindo uma viatura e uma grade com garrafas de gás próximas do cais de cabotagem, que já foram removidos durante o fim de semana.
Além disso, as famílias alojadas em centros temporários vão iniciar hoje a mudança para as casas já equipadas com camas, mesas e outros mobiliários.
O primeiro-ministro está em visita oficial a São Vicente até quarta-feira, para acompanhar as ações de emergência.
O programa inclui encontros com a Proteção Civil, visitas técnicas a empresas e infraestruturas e contactos diretos com famílias e pequenos operadores económicos afetados.
A tempestade de 11 de agosto provocou nove mortos, dois desaparecidos, bairros inundados, estragos em estradas, casas, pontes e estabelecimentos comerciais, falhas no fornecimento de energia e arrastamento de viaturas e outros bens para o mar.
Na sequência, o Governo declarou situação de calamidade por seis meses em São Vicente, Porto Novo (Santo Antão) e nos dois concelhos de São Nicolau.
O executivo aprovou um plano de resposta com apoios de emergência às famílias e atividades económicas, incluindo linhas de crédito bonificado e verbas a fundo perdido, financiadas pelo Fundo Nacional de Emergência e pelo Fundo Soberano de Emergência, criado em 2019.
Segundo o ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, 74 famílias (255 pessoas) encontram-se em centros de acolhimento em São Vicente.
Entre elas, 12 perderam todos os bens, enquanto 62 não podem regressar às suas casas, consideradas inseguras.
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