Durante a sua intervenção, o líder iraniano classificou como ilegal a agressão militar contra o seu país por Israel e Estados Unidos.
Pezeshkian defendeu que a SCO deve "dar passos operacionais, específicos e claros para criar um mundo mais pacífico e um sistema mais preparado para a cooperação económica", segundo a agência estatal iraniana IRNA.
O chefe do Governo iraniano propôs a criação de um comité de ministros dos Negócios Estrangeiros para elaborar "propostas práticas de gestão de crises" e reagir "de imediato" perante ameaças à soberania de um Estado membro.
"Esse mecanismo deve tornar-se num braço operacional da organização", sublinhou.
Pezeshkian sugeriu também o estabelecimento de "contas e sistemas de liquidação especiais da SCO" para reforçar a cooperação financeira entre os membros e reduzir a dependência do dólar norte-americano.
"Estamos convencidos de que aplicar esta iniciativa não só aumentará a resiliência económica dos membros, como tornará a SCO num modelo bem-sucedido de ordem financeira multipolar, justa e resistente à pressão externa", afirmou.
O líder iraniano, que chegou no domingo à China, apoiou ainda a criação de centros especializados para fazer frente a ameaças de segurança, de um centro contra o tráfico de drogas e de mecanismos de resposta rápida.
Pezeshkian reiterou também a disposição do Irão para aproveitar a sua posição geopolítica como ponte para a cooperação regional.
Os órgãos de comunicação dos países membros da SCO foram os únicos autorizados a assistir presencialmente à reunião de hoje, tendo os restantes jornalistas colocados numa sala noutro edifício, onde o discurso do Presidente chinês, Xi Jinping, foi transmitido apenas em áudio.
Além de Xi, participam na cimeira o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, entre outros líderes, estando previsto que os líderes definam uma estratégia de desenvolvimento do bloco, num contexto de crescentes tensões com os Estados Unidos.
A jornada de hoje é centrada na reunião de líderes dos Estados membros, mas inclui também um encontro alargado com dirigentes de organismos internacionais e outros países convidados.
Segundo a diplomacia chinesa, deverão ser assinados vários acordos em matéria de segurança, economia e cultura, naquela que Pequim considera a cimeira "de maior envergadura" desde a fundação da SCO.
Ao contrário da NATO, a SCO não possui cláusulas de defesa mútua e apresenta-se como uma plataforma de cooperação política, económica e em matéria de segurança.
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