Criada em 2007 por Safeena Husain, no estado de Rajastão, a Educate Girls já conseguiu levar mais de dois milhões de raparigas à escola em cerca de 30 mil aldeias no norte da Índia.
O modelo da organização envolve voluntários locais, conhecidos como Team Balika, que identificam menores fora do sistema de ensino e sensibilizam as famílias para a importância da escolarização.
De acordo com a ONG, mais de 90% das alunas que regressaram à escola através do programa concluíram os estudos.
Para além da reintegração escolar, a Educate Girls utiliza materiais de apoio em matemática e leitura, melhorando o desempenho académico em comunidades marginalizadas.
A fundação que atribui este prémio destacou o "compromisso da organização em enfrentar estereótipos culturais através da educação, libertando raparigas do analfabetismo e capacitando-as para alcançar o seu potencial humano".
Apesar dos progressos registados nas últimas duas décadas, a taxa de alfabetização feminina na Índia é ainda de 65,5%, contra 80,9% nos homens.
O abandono escolar continua associado ao trabalho doméstico e a casamentos precoces, segundo dados de organismos internacionais.
Em declarações após o anúncio, a fundadora Safeena Husain afirmou que o galardão é "um momento histórico para a Educate Girls e para a Índia", sublinhando que "um movimento iniciado com uma única rapariga numa aldeia remota pode ter impacto mundial".
Criado em 1957, em memória do ex-presidente filipino Ramon Magsaysay, o prémio distingue líderes e organizações da Ásia que se tenham destacado na promoção da justiça social, do serviço público e do desenvolvimento comunitário.
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