"O processo de entrega incluiu vários tipos de armamento, projéteis e munições, que foram recebidos pelas unidades militares relevantes para sua inspeção e para prosseguir com as ações necessárias", informou a instituição militar libanesa em comunicado.
O Exército já tinha recebido um primeiro camião com armamento em Burj al Barajneh na semana passada, à qual se somaram na quinta-feira outros oito camiões entregues por fações pertencentes à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) nos campos meridionais de Rashidieh, Al Bass e Burj al Shamali.
Isto, no mesmo dia em que o exército do Líbano anunciou que irá realizar "missões sensíveis", segundo o chefe daquele ramo das Forças Armadas libanesas, numa aparente referência ao plano apoiado pelos EUA do governo libanês para desarmar o grupo militante Hezbollah até o final do ano.
O exército do Líbano tomará as medidas necessárias para garantir o sucesso das missões enquanto preserva a paz entre a população civil na nação afetada pela crise, afirmou o general Rodolphe Haykal em comunicado.
O Líbano tem um plano apoiado pelos EUA para desarmar o Hezbollah, bem como para retirar as armas palestinianas nos campos de refugiados do país.
O governo libanês pediu ao exército, no início de agosto, que elaborasse um plano para desarmar o Hezbollah até o final do mês.
O gabinete do primeiro-ministro afirmou hoje em comunicado que realizará uma reunião para discutir o plano a 5 de setembro.
A liderança do Hezbollah prometeu não se desarmar, afirmando que a decisão do governo nacional de retirar as armas do grupo apoiado pelo Irão até ao final do ano serve os interesses de Israel.
Hoje, o primeiro-ministro, Nawaf Salam, chamou o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, para agradecer-lhe o progresso realizado nos últimos dois dias, como indicou o próprio dirigente libanês na sua conta na rede social X.
Por sua vez, Abás assegurou-lhe que nas próximas semanas mais armas serão entregues noutros dos doze campos de refugiados palestinianos do país, onde reside boa parte dos 200.000 membros dessa comunidade no Líbano e controlados de facto por uma mistura de fações.
A decisão de acabar com a presença armada nos campos foi tomada em maio passado durante uma visita de Abás a Beirute e, até ao momento, só incluiu arsenais ligados à OLP, do presidente da ANP, enquanto outros grupos não se juntaram à iniciativa ou expressaram reservas.
O processo começou depois de este mês o Conselho de Ministros do Líbano ter adotado as suas primeiras medidas significativas para desarmar também o grupo chiita libanês Hizbulá, como parte dos seus esforços para que todo o armamento se concentre exclusivamente nas mãos das forças de segurança estatais.
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