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Hungria veta entrada no espaço Schengen a militar por atacar oleoduto

A Hungria proibiu a entrada no país e no espaço Schengen ao comandante ucraniano responsável pelo ataque contra o oleoduto russo Druzhba, que abastece de petróleo bruto o país centro-europeu, anunciou hoje o Governo.

Hungria veta entrada no espaço Schengen a militar por atacar oleoduto

© Ahmet Serdar Eser/Anadolu via Getty Images

Lusa
28/08/2025 11:28 ‧ há 7 horas por Lusa

"O último ataque aéreo muito grave contra o oleoduto Druzhba foi um ataque contra a soberania da Hungria", justificou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó, nas redes sociais.

 

"Por isso, o Governo proíbe o comandante da unidade militar ucraniana de entrar na Hungria e no espaço Schengen", referiu, sem identificar o militar, citado pela agência de notícias EFE.

A Hungria importa petróleo russo pelo oleoduto Druzhba, que o Governo do ultranacionalista Viktor Orbán considera ser uma instalação estratégica do ponto de vista da segurança energética.

Szijjártó disse que Kyiv está ciente de que o oleoduto é essencial para a Hungria e que os ataques "não prejudicam principalmente a Rússia", mas sim a Hungria e a Eslováquia, que também recebe petróleo através do Druzhba.

Nas últimas semanas, vários ataques aéreos ucranianos contra o oleoduto agravaram as tensões entre os dois países vizinhos.

Szijjártó afirmou que a gravidade do último ataque quase obrigou a Hungria a usar a reserva estratégica de petróleo de emergência.

Espera-se que o trânsito de petróleo pelo Druzhba seja reiniciado hoje ou na sexta-feira.

Os ataques ucranianos com drones ocorreram no âmbito de uma intensificação dos bombardeamentos cruzados com a Rússia contra infraestruturas energéticas.

A Rússia atacou repetidamente instalações de gás e aquecimento na Ucrânia, enquanto Kyiv bombardeou refinarias e oleodutos russos para prejudicar as exportações que financiam o esforço de guerra de Moscovo.

A Hungria e a Eslováquia, dois países da UE e da NATO com governos politicamente próximos de Moscovo, dependem muito do petróleo e do gás russos.

Os dois países opuseram-se às sanções comunitárias sobre a energia russa e à estratégia da UE de eliminar gradualmente a compra de petróleo e gás da Rússia até 2027.

A Hungria importa da Rússia 65% do petróleo bruto e 85% do gás que consome.

As relações políticas entre a Hungria e a Ucrânia são tensas, uma vez que Kyiv acusa Budapeste de apoiar os interesses russos.

Já o Governo húngaro acusa o ucraniano de limitar os direitos das minorias étnicas, entre as quais a húngara, composta por cerca de 150 mil pessoas.

A Hungria opõe-se categoricamente ao apoio militar à vizinha Ucrânia, que enfrenta uma invasão da Rússia há três anos e meio.

O Governo de Orbán já afirmou várias vezes que bloqueará a entrada da Ucrânia na UE.

Budapeste entrou recentemente com uma ação no Tribunal de Justiça da UE contra o uso de juros e ganhos dos ativos russos congelados pelas sanções ocidentais como fonte de financiamento para apoiar o país vizinho.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, como alegou o Presidente Vladimir Putin, e mergulhou a Europa no pior conflito armado desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número exato de vítimas, tanto militares como civis, mas diversas fontes, incluindo a ONU, admitem que serão da ordem das dezenas ou centenas de milhares.

Um bombardeamento russo matou hoje 14 pessoas em Kyiv, de acordo com um balanço divulgado pelo Presidente Volodymyr Zelensky, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Leia Também: Hungria vai construir um novo oleoduto com Sérvia e Rússia

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