Parolin assegurou, à comunicação social, que a posição da Santa Sé é a expressa pelo papa na quarta-feira, na audiência geral, quando pediu que se respeite o direito humanitário em Gaza, e em especial "a obrigação de proteger os civis e a proibição do castigo coletivo, o uso indiscriminado da força e o deslocamento forçado de populações".
Quanto à proteção dos religiosos e fiéis em Gaza, Parolin explicou que "foi concedida a liberdade (de escolher entre ficar ou partir) apesar da ordem de evacuação do governo israelita", mas qualificou de "corajosa" a decisão tomada pelos líderes religiosos ortodoxos e católicos de permanecer ao lado da população.
Parolin lamentou que, até agora, o governo israelita "tenha demonstrado não estar disposto a recuar" nesta posição de invadir Gaza e que "talvez não haja muitas esperanças", ao mesmo tempo que reiterou a vontade da Santa Sé de insistir para que as coisas mudem.
No âmbito diplomático, o secretário de Estado do Vaticano confirmou que está "em contacto com a administração norte-americana, através da embaixada", e expressou a sua esperança de que as conversações internacionais decorrentes da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Gideon Sa'ar, a Washington deem sinais concretos.
O número dois do Vaticano já se tinha declarado há alguns dias atónito com o que está a acontecer em Gaza após o bombardeamento do hospital que classificou de "absurdo".
"A situação está a tornar-se cada vez mais complicada e, do ponto de vista humanitário, cada vez mais precária, com todas as consequências que vemos continuamente", acrescentou.
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