O assistente adjunto do gabinete de assuntos parlamentares da presidência iraniana, Kazem Delkhosh, disse que o projeto legislativo procura alterar o artigo 20.º da Lei de Trânsito, que só permite que a carta de condução de motociclos seja emitida a homens, informou o jornal Etemad.
A proposta legislativa precisa de ser aprovada pelo parlamento, que é controlado por políticos conservadores, que costumam resistir ao alargamento dos direitos das mulheres, segundo a agência de notícias EFE.
No Irão, as mulheres não têm permissão para conduzir motociclos há mais de meio século e, durante décadas, andar de bicicleta também foi um problema.
"As mulheres que conduzem bicicletas ou motociclos podem disseminar a corrupção e, por isso é proibido", declarou o Líder Supremo do Irão, Ali Khamenei, há alguns anos.
As mulheres conduzem motociclos, mas, como não têm carta de condução, não estão cobertas pelo seguro de trânsito, o que cria problemas em caso de acidente, explicou Delkhosh.
"Isto não representa apenas um sério risco financeiro para as motociclistas, mas também para todos os utentes da estrada", indicou o político.
Nos últimos anos, as mulheres têm manifestado o seu descontentamento com a falta de carta de condução para conduzir motociclos.
Desde 2016, a Federação de Motociclismo permite que as mulheres utilizem os circuitos para treinar e, desde 2019, têm a sua própria competição, na qual os homens não podem participar. Mas nas ruas continua a ser proibido, na prática.
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