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Enviado dos EUA cancela visita ao Líbano após marcação de protestos

O enviado especial norte-americano Thomas Barrack cancelou hoje uma visita ao sul do Líbano, após a convocação de protestos contra a sua presença, em plena pressão de Washington para que o grupo xiita Hezbollah seja desarmado.

Enviado dos EUA cancela visita ao Líbano após marcação de protestos
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© Ramiz Dallah/Anadolu via Getty Images

Lusa
27/08/2025 15:54 ‧ há 3 horas por Lusa

O enviado para a Síria e atual embaixador na Turquia chegou de helicóptero ao quartel militar François Hajj, em Marjayoun, no sudeste do Líbano e perto da fronteira síria, sob um grande aparato de segurança que se alargou também à entrada da cidade vizinha de Khiam, um bastião do Hezbollah, informou a agência noticiosa libanesa ANN.

 

De acordo com os meios de comunicação social estatais libaneses, o enviado norte-americano tinha também visitas previstas para hoje a Khiam e à cidade de Tiro, no sul do país, onde o grupo radical apoiado pelo Irão tem forte presença.

Ambas as visitas foram porém canceladas, após a marcação de protestos contra a sua presença numa região devastada pela guerra no ano passado entre Israel e o Hezbollah.

A imprensa local noticiou que dezenas de pessoas se reuniram em ambas as cidades e, no caso de Khiam, transportavam bandeiras do Hezbollah e do seu aliado Amal.

Além de enviado para a Síria, Tom Barrack está a atuar como mediador entre o Líbano e Israel para tentar um acordo em questões ainda pendentes desde o cessar-fogo acordado em novembro passado e que prevê o destacamento de oito mil militares do Exército libanês no sul do país para substituir a presença armada do Hezbollah.

Na terça-feira, afirmou em Beirute que Israel responderá com cedências ao plano libanês para o desarmamento do movimento xiita, que será apresentado nos próximos dias, e defendeu que é preciso convencer os seus líderes a depor as armas, o que tem sido até ao momento recusado.

Em relação ao sul do Líbano, Barrack propôs investimentos dos países do Golfo para substituir o financiamento do Irão, o principal financiador do Hezbollah, e indicou que esta ideia ganhará forma "nas próximas semanas".

As declarações do representante norte-americano em Beirute foram acompanhadas de uma acesa polémica que se instalou desde então no Líbano, cujo sindicato dos jornalistas descreveu como "um insulto" aos profissionais presentes.

"Por favor, acalmem-se um pouco (...). Assim que a situação se tornar caótica, quase animalesca, sairemos da sala", advertiu no palácio presidencial, antes de discutir o plano de desarmamento do Hezbollah, pedindo aos jornalistas que se comportassem de "forma civilizada".

A presidência libanesa lamentou na rede social X "declarações inadvertidamente feitas por um dos seus convidados" e reafirmou o seu "absoluto respeito pela dignidade humana" e a sua "especial consideração pelos jornalistas e correspondentes acreditados".

O enviado da Casa Branca está no centro das discussões do plano do Governo libanês que reduz drasticamente as capacidades do Hezbollah, que mantém dois ministros no executivo ao mesmo tempo que se comporta há décadas como um estado paralelo, com o seu exército próprio e instituições sociais.

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, reiterou na segunda-feira a recusa do grupo xiita libanês em entregar as suas armas quando o Líbano continua a ser atacado por Israel e pediu ao Governo diálogo para restaurar a "soberania nacional".

O Conselho de Ministros libanês encarregou no início do mês o Exército de preparar um roteiro para o desarmamento do movimento xiita, a implementar antes do final do ano, e logo a seguir aprovou os objetivos de um plano proposto pelos Estados Unidos com foco no mesmo objetivo.

Qassem voltou a considerar esta decisão como um erro e argumentou que responde aos ditames de Israel e dos Estados Unidos.

O líder do Hezbollah apelou ao Governo para convocar uma série de sessões intensivas de diálogo para determinar a forma de restaurar a "soberania nacional" através da diplomacia, da elaboração de uma estratégia de defesa e do reforço do Exército.

Após quase um ano de troca de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou uma forte campanha aérea no verão do ano passado, que decapitou a direção do movimento xiita, incluindo o seu líder histórico, Hassan Nasrallah, e vários outros altos membros da sua hierarquia política e militar.

Desde o cessar-fogo, o Estado libanês tem procurado concentrar todo o armamento do país nas mãos das forças de segurança oficiais.

Os bombardeamentos israelitas continuam no entanto a visar posições e alvos alegadamente do Hezbollah e Israel ameaça voltar a intensificar as suas operações militares caso o movimento não se desarme.

Além disso, as tropas israelitas ocupam cinco áreas no sul do Líbano, em violação do cessar-fogo em vigor.

Pode ver, na galeria acima, as imagens dos protestos.

Leia Também: Médio Oriente: António Guterres reafirma apelo para cessar-fogo imediato

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