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Mais de 82 mil pessoas desaparecidas em África, segundo a Cruz Vermelha

Mais de 82 mil pessoas estão registadas como desaparecidas em África pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), um número que continua a crescer, sobretudo devido à guerra devastadora que assola o Sudão desde 2023, alertou hoje a organização.

Mais de 82 mil pessoas desaparecidas em África, segundo a Cruz Vermelha

© Christopher Furlong/Getty Images

Lusa
27/08/2025 14:56 ‧ há 7 horas por Lusa

Mundo

África

O CICV recebeu mais de 7.700 pedidos de localização de pessoas desaparecidas relacionadas com o conflito sudanês, que provocou a pior catástrofe humanitária do planeta, um número que representa um aumento de 52% em relação a 2023.

 

"Este número representa apenas uma pequena fração das pessoas desaparecidas", disse Patrick Youseff, diretor do CICV para África, em comunicado.

E prosseguiu: "As nossas equipas recebem centenas de mensagens, e-mails e chamadas todas as semanas de pessoas que procuram os seus entes queridos. As consultas vêm de todo o mundo, do Sudão e de países vizinhos, claro, mas também do Reino Unido, França e Estados Unidos".

Cidade no Sudão cercada há já 500 dias

Também a UNICEF alertou hoje que a cidade de Al Fasher, capital do Darfur do Norte (Sudão), está a passar por uma "tragédia devastadora" após 500 dias de cerco por parte das Forças de Apoio Rápido (RSF), com milhares de crianças a sofrer de subnutrição, doenças e violência sem acesso a ajuda humanitária.

"As crianças de Al Fasher estão a morrer de fome enquanto os serviços de nutrição da UNICEF continuam interrompidos", alertou a diretora executiva da organização, Catherine Russell, em comunicado, exigindo um acesso humanitário "pleno e imediato".

A agência da ONU observou que cerca de 260 mil civis - 130 mil crianças - continuam presos em Al Fasher e estão há mais de 16 meses sem assistência básica, desde que o grupo paramilitar iniciou um cerco sufocante à cidade, que ainda está sob o controlo do exército sudanês.

As denúncias relacionadas com a guerra no Sudão têm aumentado e chegam dos vizinhos Chade e Sudão do Sul, que acolhem um grande número de refugiados daquele país.

No Chade, o número de pessoas desaparecidas registadas aumentou para 2.577, um aumento de 275% em relação aos números de 2023. Isto também se aplica ao Sudão do Sul, onde os casos aumentaram 70%, atingindo 6.597 pessoas.

Apesar deste aumento alarmante, o CICV revelou também que, em 2024, juntamente com os seus parceiros do Movimento da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, facilitou 755 reunificações familiares em África e forneceu informações "definitivas" sobre o paradeiro dos entes queridos a mais de 5.000 famílias.

A poucos dias do Dia Internacional dos Desaparecidos, que se assinala sábado, o CICV enfatizou que "trabalha em conjunto para prevenir a separação de famílias e o desaparecimento de pessoas, para procurar os que desapareceram e para proteger a dignidade dos mortos".

A guerra entre o Exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF) eclodiu em abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram e cerca de 13 milhões foram forçadas a fugir das suas casas devido ao conflito, que transformou o Sudão no cenário da pior catástrofe humanitária do planeta, segundo a ONU.

Leia Também: Surto de cólera em campo de refugiados no Chade faz 68 mortos num mês

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