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"110 625": O código escrito em sangue que salvou uma mulher presa 30h

Zhou estava a limpar a casa quando uma rajada de vento fechou a porta (estragada) do quarto onde se encontrava, e a trancou no interior - sem acesso a comida, água ou ao telemóvel. Em desespero, mordeu o dedo e escreveu numa almofada "110 625".

"110 625": O código escrito em sangue que salvou uma mulher presa 30h

© Le Parisien

Carolina Pereira Soares
27/08/2025 14:52 ‧ há 5 horas por Carolina Pereira Soares

Mundo

China

Uma mulher esteve 30 horas presa dentro de um quarto sem qualquer acesso a comida, água ou sequer uma forma de comunicar com o exterior e pedir ajuda. O incidente aconteceu no passado dia 12 de agosto em Leshan, no sudoeste da China.

 

A mulher, de apelido Zhou, estava a limpar a casa quando uma rajada de vento, vinda da janela aberta, fechou a porta do quarto onde se encontrava, conta o South China Morning Post.

Não haveria problema, se a fechadura em questão não estivesse avariada, e não a tivesse trancado dentro da divisão.

Zhou pontapeou e esmurrou a porta, bateu com os pés no cão e com os punhos nas paredes, numa tentativa de alertar os vizinhos; pendurou um fato vermelho na janela e começou a atirar bocados de esponja da própria cama para chamar a atenção de quem passava na rua abaixo. 

Nada resultou.

O telemóvel estava junto da comida e água da mulher: na sala de estar e do outro lado da porta trancada, impossibilitando-a de pedir ajuda de qualquer outra forma.

"110 625": o número que salvou Zhou

Num último ato de desespero, mordeu o dedo e usou o próprio sangue para escrever “110 625” numa almofada com fronha branca, que atirou depois da janela.

Na rua, Zhang, um estudante que estava a trabalhar como entregador de comida, encontrou a almofada, perto de uma área residencial, com o número de emergência chinês (o "110") escrito com o que pensava ser apenas um líquido vermelho.

Apesar disso, Zhang pensou que alguém poderia estar em perigo e alertou a polícia, que suspeitou que a vítima pudesse ter sido agredida ou até mesmo raptada.

Com a ajuda de um funcionário de um hotel nas proximidades conseguiram identificar o design da almofada, e, a partir daí, encontraram o edifício onde Zhou estava presa.

Tratava-se do edifício 6, no piso 25 - daí o "625" escrito na almofada.

À chegada ao local, as autoridades foram forçadas a arrombar a porta para conseguirem resgatar a mulher, que há 30 horas esperava por auxílio.

Pode ver as imagens do salvamento de Zhou na publicação abaixo. 

"Quando a polícia arrombou a porta, eu estava tão entusiasmada como se estivesse a ver a minha família", contou Zhou ao Red Star News, citado pelo South China Morning Post.

Zhang recusou 'gratidão monetária' de Zhou

Para mostrar a sua gratidão ao jovem que, na prática, lhe salvou a vida, Zhou ofereceu-lhe 1.000 yuan (cerca de 120 euros) - que Zhang recusou, dizendo que "foi apenas um pequeno ato de bondade; qualquer outra pessoa tinha feito o mesmo".

Zhou discorda: "Ele ainda é um estudante, e, apesar disso, recusou-se a aceitar o dinheiro. Tocou-me muito. Fez-me sentir o carinho da sociedade".

As ações de Zhang mereceram a atenção da própria empresa para a qual trabalha, que lhe atribuíram o título honorário de Motociclista Honorário da Meituan (a empresa), assim como um bónus de 2.000 yuan (cerca de 240 euros).

Leia Também: Air China desvia voo entre Londres e Pequim para a Sibéria devido a avaria

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