O pontífice norte-americano fez o apelo no final da audiência geral na Cidade do Vaticano, ao pedir que as partes e a comunidade internacional se comprometam "a pôr fim ao conflito na Terra Santa, que causou tanto terror e morte".
O chefe da Igreja Católica pediu "que todos os reféns [israelitas] sejam libertados, que se alcance um cessar-fogo permanente, que se facilite a entrada segura da ajuda humanitária e que se respeite plenamente o direito humanitário".
Referiu "a obrigação de proteger os civis e a proibição do castigo coletivo, do uso indiscriminado da força e do deslocamento forçado de populações", segundo a agência de notícias espanhola EFE.
Leão XVI declarou ainda apoio à declaração conjunta feita na terça-feira pelos patriarcas grego, Teófilo III, e latino, Perbattista Pizzaballa, de Jerusalém.
Os patriarcas pediram "o fim da espiral de violência, o fim da guerra e a prioridade do bem comum de todos os povos".
Na declaração conjunta, pediram às autoridades israelitas que suspendessem o plano de tomar Gaza e de transferir a população da cidade para o sul da Faixa de Gaza.
"Esta não é a maneira certa. Não há razão que justifique o deslocamento massivo deliberado e forçado de civis", afirmaram as autoridades eclesiásticas num comunicado.
Anunciaram também que o clero e as freiras presentes em Gaza decidiram ficar e continuar a cuidar de todas as pessoas que encontraram refúgio nas instalações das igrejas cristãs.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelo ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e de 250 reféns.
A ofensiva israelita que se seguiu na Faixa de Gaza provocou mais de 62.700 mortos até agora, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.
Após quase três anos de guerra, a ONU declarou em 22 de agosto uma situação de fome na província de Gaza, no norte do território, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.
O Ministério da Saúde de Gaza anunciou hoje a morte de mais 10 pessoas na terça-feira por fome e desnutrição, incluindo duas crianças, noticiou a EFE.
Com estas novas mortes, o ministério do governo do Hamas elevou para 313 o total de mortos por fome e desnutrição em Gaza desde que começou a ofensiva israelita, entre eles 119 crianças.
A maioria das mortes por causas relacionadas com a desnutrição e a fome ocorreram nos últimos dois meses, após um bloqueio quase total à entrada de alimentos e medicamentos no enclave por parte de Israel, que controla todos os acessos.
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