"O assassínio de cinco jornalistas ontem [segunda-feira], num ataque israelita que teve como alvo o hospital Naser e causou pelo menos 20 mortos, é completamente inaceitável. Os civis e os jornalistas devem ser protegidos ao abrigo do direito internacional", reagiu o porta-voz da Comissão Europeia para as Relações Exteriores e Política de Segurança, Anouar El Anouni.
Na conferência de imprensa diária da instituição, em Bruxelas, o porta-voz acrescentou: "Já houve demasiadas, demasiadas mortes neste conflito".
"É imperativo que os civis em Gaza, que sofrem há demasiado tempo e demasiado, vejam o ciclo de violência e sofrimento quebrado. Reiteramos o nosso apelo a Israel para que respeite o direito internacional humanitário e garanta que estes ataques sejam investigados, tomando nota da declaração das autoridades israelitas de que será realizada uma investigação exaustiva", adiantou Anouar El Anouni.
Na segunda-feira de manhã, Israel bombardeou o hospital Naser, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, e, quando jornalistas e socorristas chegaram ao local para ajudar as vítimas e documentar o que aconteceu, voltou a bombardeá-lo, indicou o Ministério da Saúde de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, definiu o ataque como "um trágico acidente".
Ainda na segunda-feira, um sexto jornalista, Hasan Douhan, do jornal diário palestiniano Al Hayat, foi morto a tiro em Al Mawasi, no sul de Gaza.
Com a morte de Douhan, o número total de repórteres e influenciadores digitais mortos na ofensiva israelita sobe para 246, tornando a guerra em Gaza uma das mais mortais para a imprensa na história.
Vários países condenaram na segunda-feira o ataque israelita ao hospital, que matou pelo menos 20 pessoas, incluindo cinco jornalistas.
O Governo português condenou o ataque israelita contra o hospital Naser, em Gaza, que considerou inqualificável", e lembrou que os jornalistas, os civis e os profissionais de saúde "devem ser protegidos incondicionalmente".
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do grupo islamita Hamas em 7 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 250 reféns.
De acordo com dados divulgados pelas autoridades do enclave palestiniano, a ofensiva lançada por Israel em Gaza já fez cerca de 62.700 mortos.
Leia Também: Israel e a "prática de matar": Mais 6 jornalistas 'desaparecem' de Gaza