"As autoridades israelitas já anunciaram, no passado, investigações sobre tais mortes (...), mas essas investigações devem produzir resultados", disse o porta-voz do gabinete de direitos humanos da ONU, Thameen al-Kheetan.
O exército israelita anunciou uma investigação sobre o duplo ataque contra o Hospital Nasser, em Khan Yunus, no sul da Faixa de Gaza, que foi criticado por muitos países, incluindo Portugal.
"Deve haver justiça. Ainda não vimos nenhum resultado ou responsabilização", acrescentou o porta-voz da ONU aos jornalistas em Genebra, citado pela agência de notícias France-Presse.
Israel terá usado uma técnica conhecida como "double tap", que consiste em fazer um segundo ataque quando socorristas estão a tentar ajudar as vítimas do primeiro bombardeamento.
Foi o que terá acontecido no Hospital Nasser, em que um primeiro impacto atingiu o exterior do quarto piso onde um operador de câmara contratado pela agência de notícias Reuters estava a emitir em direto.
Quando outros jornalistas e socorristas o foram ajudar, um novo disparo atingiu o mesmo local, de acordo com imagens transmitidas em direto por uma televisão do Egito.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descreveu o ataque como "um trágico acidente".
O Hospital Nasser é uma das últimas instituições de saúde ainda parcialmente funcionais na Faixa de Gaza.
Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu o ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas, feitas reféns.
A ofensiva israelita provocou mais de 62.700 mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados fiáveis pela ONU.
Israel impediu ao acesso de jornalistas à Faixa de Gaza, pelo que os repórteres palestinianos são os únicos que continuam a trabalhar no território.
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