O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sugeriu, esta segunda-feira, renomear o Pentágono, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, para Departamento de Guerra.
"Por que somos 'Defesa'? Antigamente, era chamado de Departamento de Guerra, e tinha um som mais forte", disse Donald Trump, durante uma conferência de imprensa na Casa Branca. "Soa melhor", frisou.
"Não quero ser apenas defesa. Queremos defesa, mas também queremos passar à ofensiva", apontou ainda, argumentando que durante as vitórias norte-americanas na 1.ª e na 2.ª Guerra Mundial o nome usado era Departamento de Guerra.
Note-se que o Departamento de Guerra dos Estados Unidos referido por Trump, chamado de Gabinete de Guerra, foi inicialmente criado por George Washington. Em 1947, o presidente Harry Truman assinou uma lei que reorganizou os departamentos relacionados com a guerra como parte do novo Estabelecimento Militar Nacional, que foi renomeado para Departamento de Defesa dois anos depois, tal como destaca a imprensa norte-americana.
Mais à frente, o chefe de Estado norte-americano viria a dizer que "toda a gente gosta" desta designação.
"Querem saber a verdade? Acho que teremos algumas informações sobre isso em breve", acrescentou o chefe de Estado norte-americano, já num encontro com o presidente da Coreia do Sul.
"Tenho a sensação de que vamos mudar. Toda a gente gosta. Tínhamos um historial inacreditável de vitórias quando ainda era Departamento de Guerra", adiantou.
O presidente norte-americano, assumido aspirante ao Prémio Nobel da Paz, elogiou ainda o aumento do número de recrutamentos militares no seu segundo mandato.
Apesar da sugerida mudança de nome, Trump enfatizou os seus esforços para mediar o cessar-fogo e as tréguas nos conflitos globais, destacando os sucessos nos conflitos entre a Índia e o Paquistão e a Arménia e o Azerbaijão, entre outros.
Tem procurado também mediar um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, enquanto muitos dos seus apoiantes apelam a que lhe seja atribuído o Nobel da Paz.
Trump diz que já falou com Putin após reunião com líderes europeus e Zelensky
Anteriormente, em conferência de imprensa, Trump disse aos jornalistas que falou com o homólogo russo, Vladimir Putin, depois de se ter reunido, na semana passada, com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, e alguns líderes europeus.
"Todas as conversas que tenho com ele são boas, mas, infelizmente, depois uma bomba é lançada em Kyiv ou em algum outro lugar, e isso deixa-me muito irritado", afirmou.
"Acho que vamos acabar com a guerra. É difícil", disse Trump, referindo que o facto de Putin ter ido até ao Alasca foi "uma grande declaração" de que "quer resolver" o conflito.
BREAKING: President Trump says the Department of Defense should be called the Department of War pic.twitter.com/ivjbkPEwgW
— Fox News (@FoxNews) August 25, 2025
Recorde-se que os esforços de mediação de Trump culminaram com uma cimeira com Putin, em 15 de agosto, no Alasca, e com um encontro em Washington, três dias depois, com Zelensky e os aliados europeus da Ucrânia.
Apesar dos contactos, as posições dos dois campos parecem ainda irreconciliáveis.
A Rússia lançou uma ofensiva militar em grande escala na Ucrânia em fevereiro de 2022 e controla atualmente cerca de 20% do país vizinho, incluindo a Crimeia, península anexada em 2014.
Kyiv recusa fazer concessões territoriais em eventuais negociações de paz e exige que sejam retomadas as fronteiras originais de 1991, quando se tornou independente, há 34 anos.
Enquanto Moscovo e Kyiv se acusam mutuamente de bloquear a organização de uma eventual reunião entre os respetivos líderes, Trump disse na sexta-feira que decidirá em duas semanas uma posição sobre o conflito.
[Notícia atualizada às 21h09]
Leia Também: "Contributo significativo". Zelensky condecora Marcelo Rebelo de Sousa