Terroristas reivindicam ataque em Cabo Delgado e morte de dois cristãos

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram hoje o ataque a uma aldeias de Cabo Delgado, com pelo menos dois cristãos mortos, num momento de contínua violência, com milhares de deslocados naquela província moçambicana.

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Lusa
25/08/2025 09:19 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Cabo Delgado

A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico (EI), refere que o ataque aconteceu no sábado, numa povoação do distrito de Muidumbe, resultando na execução de "dois cristãos" entre a população.

 

A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas desde então.

Pelo menos 29 pessoas morreram e outras 208 mil foram afetadas, em julho, pelos ataques de grupos extremistas em distritos de Cabo Delgado, província moçambicana que enfrenta a insurgência armada desde 2017, avançou na sexta-feira uma agência da ONU.

De acordo com um relatório de campo do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês), em julho os confrontos entre grupos armados e as forças de segurança moçambicanas resultaram no deslocamento de 56.215 pessoas.

"O número de incidentes registados aumentou de 72 em junho para 82 em julho. Uma mudança significativa também foi observada na distribuição geográfica da violência, que se expandiu para o sul, para Ancuabe, Chiúre [Cabo Delgado] e Eráti [Nampula]", refere-se no documento.

De acordo com aquela agência da ONU, essa expansão restringiu agora ainda mais o acesso rodoviário a Macomia ao longo da estrada Número 380 [N380], tanto do norte quanto do sul: "o OCHA estima que mais de 208.122 civis foram afetados --- direta e indiretamente --- pela violência".

No documento avança-se que em julho foram relatados 47 ataques contra civis, abrangendo assassínios, sequestros, extorsão e saques, que resultaram em "pelo menos 29 mortes e 69 sequestros" e na interrupção de meios de subsistência, além de terem provocado deslocamentos e reforçarem um "clima de medo".

"Chiúre e Macomia registaram o maior número de incidentes, seguidos por Ancuabe e Muidumbe. Além disso, o estabelecimento de nove postos de controlo informais de veículos ao longo da N380 e da Estrada Número 14 restringiu significativamente o acesso humanitário, atrasando a assistência a mais de 85 mil pessoas em Macomia e Muidumbe", explica-se.

A agência da ONU avança ainda que os conflitos entre os Grupos Nacionais de Apoio e as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, incluindo forças locais, intensificaram-se em Chiúre, no litoral de Macomia e em Muidumbe.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos no norte de Moçambique, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

Leia Também: Papa Leão XIV apela à paz na Ucrânia e em Cabo Delgado

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