Netanyahu denuncia "mentira descarada" da ONU sobre fome em Gaza

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, descreveu hoje o relatório da ONU que declara a fome em Gaza como uma "mentira descarada" e atribuiu a responsabilidade pela escassez ao Hamas.

Benjamin Netanyahu

© ABIR SULTAN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
22/08/2025 15:58 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Israel não tem uma política de fome. Israel tem uma política de prevenção da fome", afirmou Netanyahu, num comunicado citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

 

A ONU declarou hoje a fome em parte da Faixa de Gaza, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente, e disse que a situação podia ter sido evitada se não fosse "a obstrução sistemática de Israel".

No comunicado, Netanyahu disse que "os únicos que estão deliberadamente a passar fome em Gaza são os reféns israelitas" do Hamas, raptados durante o ataque de 07 de dezembro de 2023, no sul de Israel.

O ataque desencadeou a ofensiva militar de Israel em curso na Faixa de Gaza para destruir o Hamas, que as autoridades israelitas consideram um grupo terrorista.

Netanyahu disse também que o relatório da ONU "ignora os esforços humanitários de Israel e os roubos sistemáticos de ajuda" pelo Hamas.

"O Hamas rouba ajuda humanitária para financiar a sua máquina de guerra. Estas foram as causas da escassez temporária, que Israel superou", afirmou, também citado pela agência de notícias espanhola EFE.

A declaração de fome na província de Gaza foi emitida pelo do Quadro Integrado de Classificação da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), organismo da ONU com sede em Roma.

O IPC avisou que a situação deverá estender-se às províncias de Deir el-Balah (centro) e Khan Younis (sul) até ao final de setembro.

A declaração foi feita depois de especialistas terem alertado que 500.000 pessoas se encontravam numa situação catastrófica no território devastado pela ofensiva militar israelita.

Na sequência da declaração, o secretário-geral da ONU, António Guterres, reafirmou apelos para um cessar-fogo imediato, mas também para a libertação imediata dos reféns e o acesso humanitário sem restrições.

"Não podemos permitir que esta situação continue impunemente", afirmou Guterres.

O chefe da agência de direitos humanos da ONU, Volker Turk, lembrou que "matar pessoas à fome para fins militares é um crime de guerra".

Israel tem em curso uma ofensiva militar na Faixa de Gaza desde que sofreu um ataque do Hamas, que causou cerca de 1.200 mortos e o rapto de 250 pessoas, feitas reféns.

A ofensiva israelita provocou mais de 62.190 mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados fiáveis pela ONU.

Leia Também: Benjamin Netanyahu saúda novas sanções dos EUA contra membros do TPI

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