Na conferência de imprensa diária, a porta-voz adjunta de António Guterres, Daniela Gross, afirmou que o chefe das Nações Unidas (ONU) está "a acompanhar de perto" os últimos acontecimentos entre os Governos dos Estados Unidos e da Venezuela, que atingiram um pico de tensão nos últimos dias.
Guterres, disse a porta-voz, "insta ambos os Governos a diminuir as tensões e a exercer moderação".
Questionada posteriormente se o envio de três navios e tropas norte-americanas para águas estrangeiras constituía uma violação da Carta da ONU, a porta-voz recusou comentar.
O anúncio dos Estados Unidos, que se soma a uma recompensa de 50 milhões de dólares (43 milhões de euros) para quem ajudar a capturar o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foi recebido por este com a mobilização de quatro milhões de milicianos para defender o país das "ameaças" de Washington.
A retórica anti-Maduro do Governo de Donald Trump continuou hoje, com o diretor da Agência de Repressão às Drogas (DEA), Terry Cole, a dizer à Fox News que "a Venezuela se tornou um Estado narcoterrorista que continua a colaborar com as FARC [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] e o ELN [Exército de Libertação Nacional] da Colômbia para enviar quantidades recordes de cocaína aos cartéis mexicanos, que continuam a entrar nos Estados Unidos".
Após o anúncio do envio de tropas norte-americanas, a Venezuela recebeu apoio e solidariedade dos países do bloco ALBA - Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, assim como de aliados como China e Irão.
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