O porta-voz das forças militares de proteção das fronteiras de Myanmar (antiga Birmânia), Naing Maung Zaw, declarou que o ponto de passagem estava fechado "para veículos comerciais" desde segunda-feira.
Os militares, no poder desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021, controlam a ponte de Myawaddy, pela qual transitam mensalmente mais de 120 milhões de dólares (cerca de 103 milhões de euros) em trocas comerciais entre os dois países vizinhos, de acordo com dados da alfândega tailandesa.
Mas na autoestrada que liga o posto fronteiriço à cidade de Rangum, a junta combate guerrilheiros que se financiam através da criação de portagens próprias.
Na segunda-feira, a junta militar anunciou que as eleições legislativas, as primeiras desde que assumiu o poder em 2021, serão realizadas a partir de 28 de dezembro.
Os militares comprometeram-se a reprimir o comércio ilícito que, de acordo com Naypyidaw, financia os grupos rebeldes, antes das eleições que a oposição prometeu boicotar.
Uma fonte tailandesa, que trabalha na segurança da fronteira e pediu para não ser identificada, disse que a junta "estabeleceu regras para tornar a situação desconfortável para os grupos minoritários, para tentar impedir que ganhem dinheiro ou benefícios".
A junta, liderada por Min Aung Hlaing, apresentou estas eleições como um meio de pôr fim ao conflito que abala Myanmar e causou milhares de mortos e mais de 3,5 milhões de deslocados.
Grupos da oposição, incluindo antigos parlamentares destituídos no momento do golpe, prometeram boicotar as eleições, que um especialista da ONU, Tom Andrews, comparou a "uma farsa" destinada a legitimar o domínio contínuo dos militares.
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