"Graças à visão e ao trabalho do nosso partido, o engajamento dos membros dos órgãos do partido e do Governo a todos os níveis, conseguimos estabilizar a situação do nosso país. Estamos neste momento a viver uma paz, estabilidade social, económica e política. Estamos a reconstruir o que foi destruído pelas manifestações violentas, criminosas e ilegais, embora ainda exista muita coisa por reconstruir no nosso país", disse o líder da Frelimo.
Daniel Chapo falava na quinta-feira, em Maputo, para assinalar os seis meses desde que assumiu a presidência do partido no poder, em 14 de fevereiro, pedindo o envolvimento de todos os membros da sua formação e de todos os moçambicanos no desenvolvimento do país.
"A estabilização do país é um processo contínuo que exige um esforço permanente de todos os moçambicanos, independentemente da sua origem étnica, filiação religiosa, política e nós a Frelimo vamos continuar a dirigir este processo de estabilizar o país", disse Daniel Chapo.
Nas mesmas declarações, o líder da Frelimo prometeu avançar com ações para travar ataques terroristas em Cabo Delgado, província que é alvo de ataques desde 2017, indicando que é uma condição indispensável para o desenvolvimento do país: "Não há nenhum país no mundo que cresce e se desenvolve sem a paz".
Pediu ainda aos servidores públicos para se focarem no combate à corrupção, burocracia, favoritismo, 'amiguismo' e ao nepotismo que enfermam as instituições públicas, referindo que é o caminho para a independência económica.
Com seis meses na liderança do partido Frelimo, Daniel Chapo, que é também Presidente de Moçambique - empossado no cargo em janeiro - disse que enquanto chefe do executivo vai continuar a implementar medidas que melhorem a vida dos moçambicanos na cidade e nas zonas rurais, apontando a título ilustrativo o Fundo de Desenvolvimento Local a arrancar em setembro financiando iniciativas empreendedoras juvenis como um dos avanços do seu Governo.
Chapo lembrou também que nestes primeiros seis meses enquanto líder do partido que governa e chefe do executivo lançou um projeto habitacional para seis mil casas, o projeto de terra infraestruturada, a cidade petroquímica, incluindo a suspensão de emissão de licenças para a produção de bebidas de alto teor alcoólico com graves consequências na juventude.
"Estamos a trabalhar para tomar medidas mais duras porque estas [bebidas] estão a estragar a nossa juventude", prometeu o líder da Frelimo.
Na mesma cerimónia, Chapo anunciou a realização da 12.ª conferencia nacional de quadros do partido a ter lugar entre 21 e 23 de agosto de 2026 na cidade de Chimoio, província de Manica, evento que prepara o 13.º congresso da Frelimo em 2027.
"A conferência nacional de quadros será o culminar de um amplo movimento de reflexões profundas e debates abrangentes a escala nacional", disse o líder da Frelimo.
Moçambique viveu desde as eleições um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder.
A pior crise pós-eleitoral foi marcada também por confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, além de vandalizações e saques.
Segundo organizações não-governamentais que acompanham o processo eleitoral, morreram cerca de 400 pessoas em confrontos com a polícia, conflitos que cessaram após dois encontros entre Mondlane e Chapo, com vista à pacificação do país.
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