CK Hutchison diz que acordo sobre portos do Panamá não será fechado este ano

A CK Hutchison anunciou hoje que a venda de 43 portos, incluindo ativos no Canal do Panamá, por um valor equivalente a quase 20 mil milhões de euros, não será concluída este ano, face à oposição de Pequim.

Panamanian President Mulino denounces cost overrun in works on fourth bridge over the Panama Canal

© Lusa

Lusa
15/08/2025 06:07 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Panamá

Ao apresentar os resultados intercalares, a CK Hutchison indicou que a operação, que envolve 43 portos fora da China continental, está a demorar "muito mais do que o esperado", mas acrescentou que ainda existe uma "probabilidade razoável" de chegar a acordo, prevendo-se a entrada de um "importante" investidor chinês.

 

Pequim criticou duramente a venda, anunciada em março, considerando-a uma ameaça aos interesses nacionais e exigindo a submissão da operação ao processo de revisão de fusões da China, apesar de não envolver ativos no continente.

O período de negociação exclusiva com a gestora de fundos norte-americana BlackRock e o grupo de transporte marítimo suíço-italiano MSC terminou a 27 de julho. A estatal chinesa Cosco procura agora garantir uma participação de pelo menos 20% a 30% no negócio, segundo o jornal britânico Financial Times.

"Com um negócio desta dimensão e complexidade, a conclusão não ocorreria este ano, mesmo que novos acordos vinculativos sejam alcançados ainda este ano", disse o vice-diretor executivo Frank Sixt.

Segundo Sixt, "há uma probabilidade razoável" de as negociações resultarem num acordo "positivo para todas as partes", embora estejam a demorar "muito mais do que o esperado".

Os termos iniciais previam que a BlackRock assumisse o controlo de dois portos da CK Hutchison nas duas extremidades do Canal do Panamá, enquanto a MSC ficaria com a maioria nas restantes 41 instalações fora da China continental, incluindo portos no Sudeste Asiático, Europa e Médio Oriente.

O negócio motivou críticas de Pequim, intensificadas pelas declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, que em março afirmou que a operação equivalia a "reclamar o Canal do Panamá".

A Cosco é atualmente o único conglomerado chinês autorizado a participar nas conversações, o que lhe confere forte poder negocial sobre a BlackRock e a MSC, que deverão precisar de um parceiro chinês para obter a aprovação de Pequim.

A CK Hutchison disse esperar que um novo acordo "possa ser aprovado por todas as autoridades competentes", incluindo a China.

No primeiro semestre do ano, o negócio portuário da CK Hutchison registou um aumento de 11% nos lucros antes de juros e impostos, para 7,2 mil milhões de dólares de Hong Kong (787 milhões de euros), devendo encerrar 2025 com "bom" crescimento.

Já o lucro líquido caiu 92% para 852 milhões de dólares de Hong Kong (93 milhões de euros). A empresa declarou um dividendo intercalar de 0,71 dólares de Hong Kong (7,8 cêntimos de euro) por ação, acima dos 0,69 registados no período homólogo.

Leia Também: EUA acusam China de "influência excessiva" sobre canal do Panamá

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas