"Falámos sobre a reunião no Alasca e esperamos que haja um cessar-fogo", disse Zelensky, após a videoconferência que teve com o chanceler alemão, Friedrich Merz, e Trump, diálogo que ocorreu depois de líderes europeus também terem participado numa reunião virtual.
Na cimeira do Alasca, o "tema central" deve ser "um cessar-fogo imediato", insistiu o líder ucraniano, que não deverá participar no encontro de sexta-feira.
Numa conferência de imprensa no Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, em Berlim, onde se deslocou hoje para participar nas reuniões virtuais promovidas pelo chanceler Friedrich Merz, Zelensky defendeu que, "sanções devem ser implementadas e reforçadas se a Rússia não aceitar um cessar-fogo no Alasca".
"As sanções ajudam muito e afetam a indústria russa", disse Zelensky, que falava à imprensa ao lado de Merz.
O líder ucraniano lembrou as diferenças de capacidade militar entre os lados que lutam na frente, mas também destacou a eficácia das Forças Armadas da Ucrânia nas suas tarefas de defesa.
"Eles têm três vezes mais artilharia do que nós, mas têm mais baixas do que nós, têm três vezes mais baixas do que nós", disse o chefe de Estado ucraniano, que apontou que Putin quer "ocupar toda a Ucrânia" e "não quer a paz".
O Presidente ucraniano agradeceu os esforços europeus na coordenação de posições.
Zelensky defendeu que "Putin não vai conseguir enganar ninguém, precisamos de pressão para alcançar a paz", antes de se referir à Constituição do seu país como um documento essencial para compreender a posição ucraniana face à agressão russa.
"A minha posição não mudou", disse, ao responder a uma pergunta sobre eventuais concessões territoriais ucranianas em troca de um cessar-fogo, como já admitiu Donald Trump.
"Temos uma Constituição. É o nosso fundamento. E a Constituição não mudou e eu não posso mudar a Constituição. Eu sou o garante da Constituição", acrescentou Zelensky.
A cimeira de sexta-feira entre Trump e Putin vai realizar-se na base militar de Elmendorf-Richardson, em Anchorage, no Alasca, anunciou hoje a Casa Branca (presidência).
Trata-se da primeira reunião entre os líderes dos dois países desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022.
A invasão desencadeou um conflito considerado como a situação mais grave de segurança na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, reduziu na terça-feira as expectativas de que a cimeira sirva para concluir um acordo de paz por estar presente apenas uma das partes, a Rússia.
A reunião "servirá para [Trump] obter uma melhor compreensão de como podemos acabar com esta guerra", disse Leavitt.
Trump reúne-se hoje por videoconferência com líderes europeus, que descreveu como "pessoas maravilhosas que querem chegar a um acordo".
Os aliados da Ucrânia querem sensibilizar Trump para as perspetivas ucranianas e europeias antes do encontro com Putin.
Participam também nas consultas a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, e os chefes de Estado e de Governo da França, Reino Unido, Itália, Finlândia e Polónia.
[Notícia atualizada às 16h35]
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