HRW vê "prenúncio de autoritarismo" no envio de tropas para Washington

A organização Human Rights Watch (HRW) criticou hoje envio de militares pelo Presidente norte-americano para garantir a segurança em Washington, apontando na "perigosa e injustificada" medida um "prenúncio de autoritarismo".

Donald Trump

© Getty Images/Beata Zawrzel/NurPhoto

Lusa
11/08/2025 23:24 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Human Rights Watch

Tanya Greene, diretora de programas da organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos HRWatch nos Estados Unidos, questionou o envio de tropas da Guarda Nacional para as ruas da capital federal do país, anunciado com a justificação do alegado descontrolo da criminalidade, quando "na realidade as taxas de criminalidade em Washington estão a descer há anos e o governo distrital não solicitou a intervenção militar".

 

"Envolver os militares na aplicação da lei civil é perigoso e injustificado. As medidas da administração Trump para mobilizar forças militares em cidades com populações predominantemente compostas por pessoas de cor, como Los Angeles em junho e agora Washington, exacerbam o potencial de violência e custam milhões de dólares que podiam ser gastos em serviços básicos, como alimentação e habitação acessível, de que muitas pessoas precisam desesperadamente", frisou Greene.

Em junho, Trump já tinha mobilizado a Guarda Nacional da Califórnia, contra a opinião do governador democrata, Gavin Newsom, afirmando querer repor a ordem na cidade de Los Angeles, na sequência de protestos contra detenções de imigrantes pela polícia federal de imigração (ICE).

"Como vimos em todo o mundo, a apropriação militar da aplicação da lei local é um prenúncio de autoritarismo. Os dirigentes nos Estados Unidos e em todo o mundo devem condenar estas ações, que são uma ameaça aos direitos de todos", adiantou a responsável da HRW.

Trump justificou a adoção de medidas excecionais para Washington por esta se encontrar, como afirmou, "invadida por gangues violentos".

Embora as estatísticas oficiais mostrem uma diminuição da criminalidade violenta em Washington, o Presidente declarou estar a invocar uma medida que o autoriza a assumir o controlo do policiamento desta cidade com um estatuto especial nos Estados Unidos.

"Tornou-se uma situação de anarquia completa e total, e vamos livrar-nos dos bairros da lata", afirmou Donald Trump, numa conferência de imprensa na Casa Branca, depois de ter intimado os sem-abrigo de Washington a partirem para "longe" da cidade, num 'post' publicado no domingo na sua rede social, Truth Social.

O Presidente republicano também prometeu que a iniciativa não se limitará a Washington, onde decretou o estado de emergência.

"Isto vai mais longe. Estamos a começar de forma muito forte [em Washington] e vamos limpar isto rapidamente", afiançou.

Trump também disse que vai mobilizar a Guarda Nacional, um contingente de militares da reserva, "para restaurar a lei, a ordem e a segurança pública".

Ao contrário dos 50 Estados norte-americanos, o município de Washington D.C. possui uma relação especial com o Estado federal, um estatuto que limita a sua autonomia.

Leia Também: Trump quer "libertar" Washington D.C. da "escumalha". Porquê? Entenda

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