Num comunicado a que a EFE teve hoje acesso, o CPT indica que esta decisão tem como objetivo conceder às autoridades competentes o tempo e os meios necessários para restabelecer a segurança e a paz.
Dada a magnitude desta crise, "é imperativo decretar uma grande mobilização dos recursos e meios institucionais do Estado para a combater", indica.
Esta decisão insere-se no âmbito de uma série de medidas adotadas nas últimas horas pelas autoridades do país com o objetivo de enfrentar a crise de segurança a poucos meses das eleições previstas para o final deste ano.
No comunicado, o CPT e o Governo sublinham a sua "firme determinação em adotar todas as medidas urgentes e necessárias para restabelecer a segurança, garantir o bom funcionamento das instituições da República e restaurar a dignidade nacional".
Na quinta-feira, ao assumir a presidência rotativa do CPT, Laurent Saint-Cyr declarou guerra aos grupos armados que aterrorizam a população e pediu à comunidade internacional que enviasse mais soldados para o país.
"Os grupos criminosos não terão a última palavra", advertiu o representante do setor privado no Conselho, cujo mandato de seis meses termina em 07 de fevereiro de 2026, com a tomada de posse de novas autoridades num contexto em que as eleições previstas para o final deste ano estão num impasse.
"Devemos lutar contra esses grupos criminosos até erradicá-los, para que o povo possa respirar", afirmou, pedindo aos parceiros internacionais do Haiti que aumentem o seu apoio ao país, enviem mais soldados e forneçam muito mais formação.
No país opera a Missão Multinacional de Apoio à Segurança no Haiti (MSS) que, liderada pelo Quénia, é composta por polícias de vários países, mas que, na prática, não conseguiu travar o avanço dos grupos que controlam 90% de Port-au-Prince e se deslocaram para outras zonas.
Horas antes da posse do Conselho Presidencial de Transição, o líder mais poderoso do Haiti deste tipo de grupo, Jimmy Cherisier, conhecido como "Barbecue", afirmou que derrubaria este organismo.
Pelo menos 1.520 pessoas foram assassinadas e 609 ficaram feridas durante o segundo trimestre do ano no Haiti, principalmente na área metropolitana de Port-au-Prince, a maioria dos crimes perpetrados por grupos criminosos, de acordo com um relatório publicado recentemente pelo Escritório Integrado da ONU no país, que classificou como "extremamente preocupante" a situação dos direitos humanos na nação das Caraíbas.
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