Progressos em negociações sobre plásticos "não são suficientes"

Os progressos alcançados nas negociações internacionais em curso entre 184 governos para redigir o primeiro tratado mundial contra a poluição por plásticos "não são suficientes", considerou hoje o diplomata que preside aos debates da ONU em Genebra.

Diplomata equatoriano Luis Vayas Valdivieso

© FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images

Lusa
09/08/2025 13:26 ‧ ontem por Lusa

Mundo

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"Muitas questões continuam em aberto", disse o diplomata equatoriano Luis Vayas Valdivieso, citado pela agência AFP.

 

"Chegámos agora a uma fase crucial em que precisamos de um verdadeiro avanço para alcançar o nosso objetivo comum" dentro do prazo estabelecido, ou seja, até 14 de agosto, acrescentou.

Os 184 países que negociam desde terça-feira em Genebra, numa nova sessão, após o fracasso das discussões em Busan, na Coreia do Sul, no final de 2024, apresentaram na noite de sexta-feira para sábado um esboço de texto que faz o ponto da situação dos seus trabalhos em grupos de trabalho técnicos.

Este texto passou de 22 para 35 páginas e o número de parênteses, ou seja, de assuntos sobre os quais não foi alcançado um acordo entre as delegações, aumentou de 371 na versão inicial para cerca de 1.500.

As negociações têm sido bloqueadas por países petrolíferos, que se recusam a aceitar qualquer restrição à produção de plástico virgem, segundo fontes ouvidas pela AFP, na semana passada.

Negociações para tratado sobre plásticos bloqueadas:

Negociações para tratado sobre plásticos bloqueadas: "Diálogo de surdos"

As negociações em Genebra para estabelecer o primeiro tratado mundial de combate à poluição plástica estão bloqueadas por países petrolíferos, que se recusam a aceitar qualquer restrição à produção de plástico virgem, segundo fontes ouvidas pela AFP.

Lusa | 15:47 - 07/08/2025

"Estamos num diálogo de surdos, com muito poucas pistas para chegar a um acordo" ou fazer progressos nas negociações, disse uma fonte diplomática de um país da chamada "coligação ambiciosa", que deseja impor no texto objetivos de redução da produção.

Do outro lado, um grupo de países essencialmente petrolíferos opõe-se firmemente a tal.

Este projeto de tratado "juridicamente vinculativo" destina-se a permitir a regulação a nível mundial da produção, do consumo e do fim de vida do plástico, numa altura em que, todos os anos, 22 milhões de toneladas de resíduos plásticos são lançados no ambiente, envenenando os solos, os oceanos e a biodiversidade, e penetrando até nos tecidos humanos.

A China é o maior produtor mundial de plástico, fabricando sozinha 34% dos quatro polímeros mais comuns. Sete países, liderados pela China, Estados Unidos e Arábia Saudita, produziram dois terços (66%) dos quatro tipos de plásticos mais comuns no mundo: polietileno (PE), polipropileno (PP), tereftalato de polietileno (PET), das garrafas de água, e poliestireno (PS).

Depois dos 34% da produção da China seguem-se os 13% dos Estados Unidos e Arábia Saudita. O único país europeu no ranking dos dez principais produtores, a Alemanha, produz 2% desses quatro plásticos.

Leia Também: Plásticos? Representantes de 184 países têm 10 dias para aprovar tratado

 

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