Na semana passada, o tribunal confirmou, em segunda e definitiva instância, a condenação do dirigente sérvio-bósnio a um ano de prisão e a seis anos de inibição de exercer cargos políticos, por desrespeito das decisões do Alto Representante Internacional na Bósnia-Herzegovina, Christian Schmidt.
O pedido de comutação de pena de Dodik foi hoje confirmado pelo Tribunal de Estado da Bósnia-Herzegovina ao canal televisivo N1, sem fornecer mais pormenores.
O órgão de comunicação social recordou que a lei bósnia prevê a possibilidade de comutar para uma multa uma pena de prisão de até um ano.
Os advogados de Dodik apresentaram na quarta-feira um pedido oficial para que Dodik possa evitar a prisão, pagando um montante estimado em cerca de 18.000 euros.
Quanto à outra parte da sentença - a inabilitação política -, a Comissão Central Eleitoral da Bósnia-Herzegovina anulou o mandato de Dodik como presidente da Republika Srpska, a entidade sérvia da Bósnia que, juntamente com muçulmanos e croatas, constitui o Estado da Bósnia-Herzegovina.
O anúncio da retirada do mandato ao polémico líder sérvio-bósnio desencadeou diversas reações internacionais.
Enquanto a Hungria, a Sérvia e a Rússia criticaram a condenação e a inibição de exercício de cargos públicos, a União Europeia (UE) instou todas as partes a respeitarem a sentença e a reconhecerem a independência e a imparcialidade do Tribunal da Bósnia-Herzegovina.
A Rússia apelou para a realização à porta fechada de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para abordar a situação naquele país dos Balcãs, na sequência da decisão da Justiça bósnia.
Dodik expressou a sua rejeição do veredicto numa declaração publicada nas redes sociais, afirmando que, para ele, a rendição não é uma opção.
O Acordo de Paz de Dayton, que pôs fim a quatro anos de guerra civil interétnica com um balanço de cerca de 100.000 mortos no país balcânico, criou em 1995 a Bósnia-Herzegovina como uma república federal, com uma estrutura descentralizada e dividida em duas entidades: a "Federação da Bósnia-Herzegovina" (a entidade dos muçulmanos e croatas) e a Republika Srpska (a entidade dos sérvios da Bósnia).
Foi também acordada uma administração sob a tutela de um alto representante eleito pelo Conselho Europeu, um protetorado europeu que se mantém até hoje.
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