No final de uma reunião do Comité Geral de Fronteiras (GFC), realizada em Kuala Lumpur e presidida pelos chefes de Defesa dos dois países, as partes emitiram um comunicado a ratificar a cessação das operações militares, um pacto "que não deve ser violado em nenhuma circunstância", de acordo com o documento.
O compromisso inclui abster-se de aumentar o número de tropas ou de alterar posições militares, evitar ações provocatórias e garantir a proteção da população civil e das infraestruturas públicas.
Os exércitos tailandês e cambojano chegaram a um cessar-fogo a 29 de julho, após cinco dias de violentos confrontos em vários pontos da fronteira de quase 820 quilómetros, com tiros, lançamentos de foguetes e bombardeamentos.
Em relação aos 18 soldados cambojanos sob custódia da Tailândia, foi acordado que vão receber um tratamento digno até serem "libertados e repatriados", embora não tenha sido definida uma data.
"Ambas as partes concordam em trocar informações e facilitar o regresso digno e atempado dos falecidos a um local acordado", adiantou o comunicado, acrescentando que será realizada outra reunião daqui a duas semanas, em local ainda a definir.
Este acordo foi anunciado pelo primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, que esteve reunido com os ministros da Defesa do Camboja e da Tailândia, Tea Seiha e Nattaphon Narkphanit, respetivamente. A Malásia ocupa atualmente a presidência rotativa da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
Os confrontos entre os dois países fizeram dezenas de feridos e levaram a um êxodo temporário de pelo menos 30 mil pessoas na Tailândia e mais de 125 mil no Camboja, segundo dados oficiais divulgados na quarta-feira.
Banguecoque e Phnom Penh, cuja fronteira foi cartografada pela França em 1907, quando o Camboja era uma colónia francesa, estão envolvidas numa disputa territorial de longa data que se intensificou em maio passado com a morte de um soldado cambojano num confronto entre os dois exércitos numa área reivindicada por ambos os lados.
Leia Também: Tailândia e Camboja voltam à mesa das negociações na Malásia