Comércio externo da China desafia previsões e cresce em julho

O comércio externo chinês disparou em julho em relação ao mês homólogo anterior, segundo dados oficiais publicados hoje, contrariando as previsões dos economistas em plena trégua na guerra comercial entre Pequim e Washington.

China, bandeira, bandeira chinesa

© Reuters

Lusa
07/08/2025 07:28 ‧ há 2 horas por Lusa

Economia

China

As duas maiores economias mundiais concordaram no mês passado em manter uma pausa na guerra comercial para continuar as negociações. Isto fixou temporariamente as taxas adicionais dos Estados Unidos sobre os produtos chineses em 30%, enquanto os impostos chineses sobre as importações norte-americanas permanecem em 10%.

 

Apesar deste contexto incerto, as exportações chinesas registaram um aumento homólogo em julho (+7,2%), de acordo com as estatísticas oficiais, superando a previsão dos economistas consultados pela agência Bloomberg (5,6%).

As importações também aumentaram 4,1%, em relação ao mesmo mês do ano anterior, enquanto as previsões da agência de notícias Bloomberg apontavam para uma contração.

A trégua entre Pequim e Washington deve terminar na terça-feira, data em que as taxas poderão voltar a níveis mais elevados. Persiste a dúvida sobre a capacidade das duas potências chegarem a um acordo sobre uma trégua mais duradoura.

O representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, declarou no final de julho, após a última série de negociações em Estocolmo, que o líder norte-americano, Donald Trump, teria a "última palavra" sobre qualquer prorrogação dessa trégua.

Trump congratulou-se com a entrada em vigor, na quinta-feira, de novas tarifas que afetam dezenas de parceiros comerciais - incluindo uma taxa de 35% sobre o Canadá.

Washington condicionou a continuação das negociações com Pequim ao fornecimento de terras raras pela China, depois de o país asiático ter imposto restrições à exportação desses materiais indispensáveis para a indústria energética, eletrónica e de armamento.

Um sinal positivo a este respeito é que os dados alfandegários chineses publicados na quinta-feira indicam que as remessas de terras raras permaneceram sólidas em julho, apesar de uma ligeira diminuição após um pico em junho.

A ausência de um acordo entre as duas potências pode pesar fortemente sobre o comércio da segunda maior economia mundial.

Embora as exportações chinesas tenham sido impulsionadas pela criação de reservas de produtos por receio de novas taxas, as vendas para os Estados Unidos caíram 6,1% entre junho e julho, de acordo com as alfândegas chinesas.

O crescimento das exportações chinesas "pode abrandar nos próximos meses, com o fim da constituição antecipada de reservas para escapar às tarifas americanas", antecipou Zhiwei Zhang, economista-chefe da Pinpoint Asset Management.

As exportações chinesas também podem ser afetadas por novas taxas norte-americanos sobre produtos que procuram contornar as tarifas através de países terceiros.

"A grande questão é saber em que medida as exportações chinesas irão abrandar e como isso irá repercutir-se no resto da economia", observou Zhiwei Zhang.

O Partido Comunista Chinês estabeleceu a meta ambiciosa de um crescimento de "cerca de 5%" do PIB em 2025.

Além da guerra comercial, o país asiático também enfrenta uma longa crise imobiliária que pesa sobre o moral dos consumidores e as finanças das autoridades locais.

O crescimento das importações em julho "pode refletir uma constituição de reservas para certas matérias-primas, em vez de uma retoma mais geral da procura interna", apontou Zichun Huang, economista da Capital Economics.

Dados publicados na semana passada indicaram um recuo mais acentuado do que o previsto na produção industrial, sinal de dificuldades persistentes.

Leia Também: China pede aos ­cidadãos que evitem envolvimento na guerra na Ucrânia

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