Em comunicado, o grupo de moradores disse que este "novo massacre" ocorreu em vários parques da zona de Abu Jretesh e nos arredores da fábrica de gelo de Nahud, localidade que os paramilitares controlam desde maio passado, após violentos confrontos com o exército do Sudão.
Além disso, o grupo de resistência local denunciou que os rebeldes mantêm em cativeiro "centenas de civis acusados de colaborar com as Forças Armadas sudanesas", ao mesmo tempo que sequestraram e prenderam vizinhos em "condições desumanas".
Depois de prender centenas de civis, as RSF pediram às famílias dos sequestrados que pagassem um resgate pela libertação dos seus entes queridos, muitos dos quais morreram "por falta de cuidados de saúde, fome, doença ou mesmo tortura", segundo os comités de resistência de Nahud.
"Este crime enquadra-se na política de terror e abuso das RSF contra os habitantes de Cordofão Ocidental", denunciou a associação, que lembrou que a situação sanitária em Nahud e arredores está "gravemente deteriorada com a expansão da cólera", que causou a morte de dezenas de civis nos últimos dias.
A região afetada sofre de uma escassez premente de medicamentos, cuidados de saúde e serviços básicos como água potável, o que favorece a proliferação de doenças infecciosas.
Os comités de resistência denunciaram ainda que, nos últimos meses, os paramilitares cometeram "violações generalizadas contra civis no Cordofão Ocidental, como assassínios e saques, o que provocou a deslocação de numerosas pessoas e o desaparecimento de outras".
Nahud é a nova capital administrativa do Cordofão Ocidental desde outubro de 2023, quando as RSF tomaram o controlo da anterior, Al Fula, pelo que o Governo transferiu as suas operações para Nahud, a segunda maior cidade do estado e um importante centro para o comércio de gado, amendoim e goma arábica.
A guerra no Sudão eclodiu em 15 de abril de 2023 e, desde então, dezenas de milhares de pessoas morreram e outras cerca de 13 milhões foram forçadas a abandonar as suas casas.
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