Em janeiro do ano passado, o Governo canadiano anunciou uma suspensão da aprovação de novas licenças de exportação de armamento para Israel, mas manteve válidas as autorizações emitidas antes dessa data.
O relatório indicou que a decisão anunciada não travou o fluxo de armas, uma vez que centenas de licenças previamente aprovadas continuaram a ser utilizadas.
Neste mês, 47 remessas diretas de equipamento militar canadiano foram enviadas para empresas israelitas, incluindo peças de aviões e sistemas de comunicação, de acordo com o relatório.
"Nada justifica o Canadá continuar a enviar armas para um governo que está deliberadamente a deixar crianças morrer de fome", declarou Rachel Small, da organização World BEYOND War.
A ativista acrescentou que "perante estas novas provas, que mostram que o Canadá continua a fornecer balas, peças de bombas e componentes para caças F-35 a um país que usa para atacar civis em Gaza, o Governo tem duas escolhas: continuar a esconder a verdade ou cortar o fluxo de armas através de um embargo imediato".
Yara Shoufani, da organização Palestinian Youth Movement, afirmou que "as balas fabricadas no Canadá que matam palestinianos e as bombas lançadas de F-35 com peças canadianas são o verdadeiro rosto da relação" entre os dois países.
"Enquanto o Governo canadiano engana a população com conversas sobre pausas e regulamentos, nós vemos a realidade nas nossas comunidades devastadas e nas famílias em luto", sublinhou, numa conferência de imprensa no parlamento, na terça-feira.
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