Olga Komleva, 46 anos, foi voluntária do movimento anticorrupção de Alexei Navalny antes de este ser proibido por "extremismo" pelos tribunais russos em 2021, segundo o media independente Mediazona.
A jornalista é também acusada de criticar os militares russos enquanto cobria a invasão da Ucrânia para o meio de comunicação social independente RusNews.
Um tribunal em Ufa, nos Urais, considerou-a culpada de "participar nas atividades de uma comunidade extremista" e de "divulgar deliberadamente informações falsas sobre as ações das Forças Armadas", informou a instância judicial, numa mensagem publicada na rede social Telegram.
A jornalista, que foi condenada a 12 anos de prisão, rejeita as acusações de que é alvo.
Na sessão, e a partir de uma espécie de cela em vidro no tribunal, Olga Komleva apareceu sorridente, acenou e gritou "amo-vos a todos" depois de ouvir o veredicto, dirigindo-se a um grupo de pessoas que a tinham vindo apoiar, de acordo com um vídeo difundido pela RusNews.
Alexei Navalny foi o principal opositor do Presidente Vladimir Putin até à sua morte, ocorrida em circunstâncias dúbias numa prisão no Ártico, em fevereiro de 2024.
A fundação criada por Navalny tem sido alvo de ações de repressão por parte das autoridades russas há vários anos, o que levou a maioria dos seus apoiantes ao exílio no estrangeiro.
Os meios de comunicação social independentes também estão a ser reprimidos na Rússia, e a maioria dos seus jornalistas deixou o país, enquanto outros foram condenados a longas penas de prisão por várias acusações.
De acordo com a organização não-governamental OVD-Info - estrutura também alvo da repressão exercida pelas autoridades russas - mais de 1.500 pessoas na Rússia estão presas por motivos políticos.
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