O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, anunciou esta terça-feira que o Reino Unido vai reconhecer o Estado da Palestina em setembro, caso o governo de Israel não tome medidas para acabar com a "situação terrível" no Médio Oriente.
De acordo com um documento, citado pela BBC, o Reino Unido irá reconhecer o Estado da Palestina "a menos que o governo israelita tome medidas substanciais para acabar com a situação terrível em Gaza, chegue a um cessar-fogo, deixe claro que não haverá anexação na Cisjordânia e se comprometa com um processo de paz de longo prazo que proporcione uma solução de dois Estados".
O mesmo documento aponta, ainda, que "o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina em setembro, antes da Assembleia-Geral da ONU".
O anúncio surge dias após o presidente de França, Emmanuel Macron, ter revelado que o país vai reconhecer o Estado da Palestina também setembro, na Assembleia-Geral das Nações Unidas em Nova Iorque.
"Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina. Farei o anúncio formal na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro próximo", escreveu o chefe de Estado francês no X.
Consistent with its historic commitment to a just and lasting peace in the Middle East, I have decided that France will recognize the State of Palestine.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) July 24, 2025
I will make this solemn announcement before the United Nations General Assembly this coming September.… pic.twitter.com/VTSVGVH41I
Em reação à decisão de Macron, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, considerou que, ao reconhecer o Estado da Palestina, França "arrisca-se a criar mais um agente iraniano, tal como Gaza", que lute pela "aniquilação" de Israel.
"Condenamos veementemente a decisão do presidente Macron de reconhecer um Estado palestiniano próximo de Telavive após o massacre de 7 de outubro", afirmou Netanyahu na rede social X. "Tal medida premeia o terror e corre o risco de criar mais um agente iraniano, tal como Gaza se tornou".
Sublinhe-se que Israel opõe-se ao reconhecimento internacional do Estado palestiniano e o atual governo ameaçou que, se potências como o Reino Unido e a França o fizerem, anexará territórios da Cisjordânia.
Entre os países europeus, Eslovénia, Espanha, Irlanda e Noruega foram pioneiros no reconhecimento do Estado palestiniano, em 2024.
Numa "declaração conjunta" divulgada em maio, os quatro países apelaram ao reconhecimento por todo o mundo e defenderam a entrada da Palestina nas Nações Unidas como membro de pleno direito da organização, a par "do apoio a um acordo entre as partes, com o reconhecimento mútuo entre a Palestina e Israel".
Por cá, primeiro-ministro, Luís Montenegro, admitiu, em junho, que Portugal poderá reconhecer o Estado da Palestina mediante o cumprimento de condições como a capacitação da Autoridade Palestiniana e o desarmamento do Hamas, "com efeito útil" e à escala europeia.
Já este mês, o Parlamento rejeitou, com votos contra do PSD/CDS, Chega e IL todos os projetos de resolução que recomendavam ao Governo o reconhecimento do Estado da Palestina.
[Notícia atualizada às 17h27]
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