A organização não-governamental avisou ainda que várias das embarcações estão próximas de zonas protegidas.
No total, foram detetadas 542 balsas de 'garimpo' - como é conhecida no Brasil a extração ilegal de minerais - a operar no rio Madeira, distribuídas por 22 pontos entre os municípios de Calama e Novo Aripuanã, situados nos estados de Rondónia e Amazonas, respetivamente.
A Greenpeace identificou esta situação durante um sobrevoo de acompanhamento de atividades suspeitas de mineração ilegal que a organização realiza na região através do sistema de inteligência Papa Alpha, capaz de detetar estruturas metálicas por radar via satélite.
"A situação da mineração no rio Madeira revela um aumento alarmante da atividade mineira" na região, assinala o comunicado da Greenpeace.
Entre janeiro e fevereiro, a ONG registou 130 balsas; na segunda quinzena de junho o número já tinha subido para 285 e, entre 15 e 18 de julho, o total era de 542 balsas.
De acordo com a organização, as balsas estão localizadas em "áreas vitais para a estabilidade ecológica da região", como a reserva do Lago do Cuniã e a Terra Indígena Lago Jauari.
"Cada balsa ilegal implica mercúrio nos rios, a destruição das florestas e a ameaça às vidas", afirmou o porta-voz da frente de Povos Indígenas da Greenpeace Brasil, Grégor Daflon.
Segundo Daflon, a atividade, além de devastar o meio ambiente, deteriora a qualidade da água e contamina os peixes, afetando diretamente as comunidades da região que dependem desses recursos.
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